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Peru tem terceiro presidente em uma semana

17 de novembro de 2020

Francisco Sagasti é eleito presidente do Congresso pelos deputados e se torna automaticamente chefe de Estado. Ele anuncia governo amplo e plural para tentar acabar com a crise institucional.

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Francisco Sagasti
Sagasti é um nome de relativo consenso, bem visto tanto pela esquerda como pela direitaFoto: PERUVIAN CONGRESS/AFP

O deputado centrista Francisco Sagasti tornou-se nesta segunda-feira (16/11) presidente interino do Peru, após ser eleito presidente do Congresso pelos deputados e assumir assim automaticamente a chefia de Estado, que estava vaga com a renúncia do presidente interino anterior. A posse dele como presidente do Peru está marcada para esta terça-feira.

Sagasti, um engenheiro de 76 anos que trabalhou como o consultor técnico no Banco Mundial, é o terceiro chefe de Estado do país em apenas uma semana e terá como principal tarefa encerrar a grave crise política e social que o país andino atravessa.

A Constituição peruana estabelece que o líder do Congresso assuma a presidência quando não houver um chefe de Estado eleito por sufrágio. 

O anterior presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou ao cargo no domingo, depois de ser pressionado pelo Congresso, e pediu paz e união. Merino estava no cargo desde terça-feira passada. Ele era acusado de ter executado um golpe parlamentar com o impeachment do presidente Martín Vizcarra por "incapacidade moral". Merino era então o presidente do Congresso e o primeiro na linha sucessória.

O anúncio da renúncia de Merino foi recebido com entusiasmo nas ruas, onde milhares de peruanos protestavam contra o novo governo. No sábado, a violenta repressão das manifestações nas ruas deixou dois mortos e mais de uma centena de feridos.

Bem visto pela esquerda e pela direita

Sagasti é um nome de relativo consenso, bem visto tanto pela esquerda como pela direita. Ele foi um dos poucos deputados (apenas 19 em 130) que se opôs declaradamente à cassação de Vizcarra, alegando um caráter ilegítimo e desestabilizador, além do distanciamento da vontade popular, o que foi comprovado nos protestos.

O político anunciou que formará um governo amplo e plural e que manterá a luta contra a corrupção entre seus principais temas. Ele acrescentou que sua principal tarefa é garantir a realização das eleições gerais de 2021 e uma transição pacífica de poder em julho.

Além disso, listou a luta contra os efeitos da pandemia de covid-19 e a recuperação econômica entre suas prioridades.

AS/lusa/efe