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Taxa de natalidade

5 de setembro de 2010

No decorrer da última década, uma preocupação pairava sobre os políticos na Alemanha: a baixíssima taxa de natalidade no país. Pesquisa recente aponta que os alemães, hoje, tendem a querer mais filhos.

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Disposição em ter filhos aumentaFoto: picture alliance / dpa

Uma pesquisa conduzida na Alemanha pelo Ministério da Família registra que, no ano de 2009, 52% dos alemães sem filhos, abaixo de 50 anos, gostariam de tê-los. Este índice representa um salto dramático em relação a 2008, quando apenas 43% do mesmo grupo desejava ter prole. De acordo com Steffen de Sombre, um dos responsáveis pela pesquisa, este foi o maior aumento em relação ao assunto registrado nos últimos anos.

Falando à Deutsche Welle, De Sombre acrescentou que os entrevistados parecem estar menos intimidados perante as dificuldades de constituir família do que se sentiam no ano anterior.

Mais favorável às crianças

Ele credita essa mudança às reformas realizadas pela então ministra da Família Ursula von der Leyen, em prol de uma Alemanha um pouco mais favorável às crianças.

"Os pais e os pais em potencial têm a sensação de que estão recebendo maior apoio dos políticos do que nos anos anteriores. E de que os desafios a serem enfrentados e suas necessidades têm sido reconhecidos. E ainda de que os políticos têm tomado medidas concretas em relação a esses assuntos", descreve De Sombre.

Tais medidas concretas incluem um apoio maior a instituições como creches, jardins-de-infância e escolas de tempo integral, além de licenças pagas para mães e pais de bebês. Entre os entrevistados pela pesquisa, 73% elogiaram esse benefício, introduzido em 2007.

Sinal positivo

Michaela Kreyenfeld, diretora do Laboratório de Economia e Demografia Social do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica, confirma que alguns dos fatores responsáveis pelo aumento do interesse em ter filhos por parte da população podem ser creditados, com algumas reservas, à ex-ministra Von der Leyen, da União Democrata Cristã (CDU), partido da premiê Angela Merkel.

Flash-Galerie Bildung in Deutschland Kindergarten
Baixa taxa de natalidade: problema deve diminuir?Foto: picture alliance/dpa

Segundo Kreyenfeld, a abrangência da pesquisa, que abordou 1.814 pessoas, é relativamente estreita. "Necessitamos de outras pesquisas, mas este é um sinal inicial positivo" observou. Ela enfatiza ainda que as reformas conduzidas pela ex-ministra foram, na verdade, propostas por sua antecessora na pasta, a social-democrata Renata Schmidt.

Mesmo assim, aponta a especialista, foi Van der Leyen, hoje ministra do Trabalho, "com sua personalidade, seus sete filhos e sua carreira bem-sucedida", quem conseguiu realmente estabelecer uma mudança de mentalidade no país em relação às famílias e ao papel da mulher na sociedade.

Tanto na opinião Kreyenfeld como na de De Sombre, tais mudanças incluem o novo desejo das mulheres de combinar vida profissional e familiar. Segundo De Sombre, as alemãs estão menos propensas a abdicar de ter filhos em prol da carreira. "Está ficando cada vez mais comum as mulheres dizerem que querem as duas coisas", afirma.

Anseio pelo equilíbrio

Querer as duas coisas significa, de fato, saber encontrar um equilíbrio, no qual a política de Kristina Schröder, ministra da Família desde o ano passado, tem focado. "A satisfação das famílias depende em especial de poderem passar tempo suficiente com os filhos e outros parentes. O tempo é a chave para a moderna política de família", resume Schröder.

A pesquisa registrou, ainda, que 78% das mães e pais questionados acreditam que facilitar a concomitância entre vida familiar e trabalho deveria ser a prioridade de uma reforma da política familiar no país. Para cerca de 75% das mães entrevistadas, trabalhar 20 horas por semana não seria suficiente, enquanto 60% dos pais gostariam de reduzir suas jornadas.

Junto com as Câmaras de Indústria e Comércio do país, Schröder está lançando uma iniciativa em prol de jornadas de trabalho mais flexíveis, a fim de suprir as necessidades dos que não estão satisfeitos com as opções típicas, oferecidas pela maioria das empresas, ou seja: horário integral ou meio expediente.

Autor: Holly Fox (sv)
Revisão: Augusto Valente

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