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Pesquisadores da UnB pretendem explorar os cinco sentidos do computador

Magali Moser8 de junho de 2013

Depois de criarem uma mesa interativa que substitui mouse, teclado e monitor, especialistas buscam novas formas de interação com a máquina. Desafio é explorar outras maneiras de humanizar a relação.

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Foto: picture-alliance/dpa

O reinado do computador tradicional está perto do fim. Pesquisadores da área de tecnologia da informação no mundo inteiro são unânimes na busca por uma interação maior entre máquina e homem. A tendência também ganha força no Brasil, entre estudiosos do Centro de Pesquisa em Arquitetura da Informação da Universidade de Brasília (UnB).

Depois de criarem uma mesa interativa que substitui o mouse, o teclado e o monitor, o desafio agora é explorar outras formas de humanizar a relação com a máquina. As inovações prometem ir além das interfaces de toque, o touchscreen.

"A busca é por tecnologias que facilitam a comunicação e incluem todos os sentidos de que o homem dispõe, não só o tato", explica o professor da UnB, Mamede Lima Marques, diretor do Centro de Pesquisas em Arquitetura da Informação (CPAI). E conclui: "Isso vai ter um impacto muito grande porque a comunicação entre homem e computador será muito mais adequada".

A mesa interativa estudada há dois anos pelos professores funciona da mesma maneira que um tablet, através de gestos. A partir desses toques, movimentam-se informações.

"Essas novas formas de interação com os computadores fazem parte de um novo paradigma, que inverte a relação entre homem e máquina. Procura fazer a máquina adquirir a habilidade de interpretar o desejo humano", conta o professor Alexandre Zaghetto, também da UnB.

O professor explica que, para isso ser possível, o computador precisa ser capaz de capturar o comportamento humano em toda a sua amplitude.

Mudanças tecnológicas

O trabalho não é apenas no sentido de garantir um novo equipamento propriamente dito, mas principalmente do software e da informação para trabalhar com isso. Os novos mecanismos estudados na UnB aproveitam tecnologias já existentes, como webcams e projetores de imagens.

"O fim do mouse já está sendo inclusive calculado. As tecnologias estão aí. Precisamos aprimorá-las, preparar melhor outros dispositivos", reconhece o professor Mamede.

Como exemplo, ele cita as tecnologias que incorporam câmeras, projetores, películas. Para o professor, "a principal tendência é que os tablets substituam completamente tudo". Um dos efeitos secundários desta mudança, observa o especialista, é diminuir as doenças em consequência da relação com a máquina, como dores na coluna, por exemplo. 

Da mesa interativa, como qualquer outro equipamento desenvolvido com esta pretensão, os benefícios prometem garantir outra maneira de interagir com a informação. "A informação que só interage via mouse, por exemplo, pode ser projetada numa mesa com uma área muito maior, facilitando trabalhos cooperativos", relata Mamede, ao citar o exemplo da mesa interativa.

ASUS Tablet
Foto: picture-alliance/dpa

Convergência tecnológica

Os equipamentos ficaram mais poderosos. "Softwares que antes só rodavam em computador conseguem migrar para tecnologias de menor tamanho", observa Mamede.

Sobre a acessibilidade desses novos produtos ao público, o professor lembra que essa é uma questão que depende do mercado. "Dentro de uns três anos, acredito que já devamos ter uma surpresa muito grande em termos de tecnologia". E acrescenta: "O que se precisa fazer é garantir um movimento desses protótipos de centros de pesquisa para produtos de mercado".

Novas tendências

A IBM apresentou no final do ano passado as tecnologias que são tendência para os próximos cinco anos. As novidades prometem cinco inovações tecnológicas que irão mudar o modo como as pessoas trabalham, vivem e interagem nos próximos cinco anos.

O levantamento explora inovações que prometem ser a base da próxima era da computação, definida pela IBM como a "era dos sistemas cognitivos". Os novos equipamentos querem explorar a capacidade dos computadores de imitar os sentidos humanos do seu próprio jeito – ver, cheirar, tocar, saborear e ouvir.

Uma das previsões na área de toque promete permitir que o usuário sinta a textura de um tecido a ser comprado pela internet, por exemplo. No quesito cheiro, os novos equipamentos prometem ter um senso de olfato através de sensores embutidos na máquina.

"Estamos entrando na era em que não serão os usuários que entenderão de computadores, mas sim os computadores que entenderão seus usuários", profetiza o professor Alexandre Zaghetto, da UnB.