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PF investiga envio de notícias falsas contra candidatos

20 de outubro de 2018

Ministro Raul Jungmann confirma que Polícia Federal abriu inquérito para investigar disseminação de "fake news" sobre presidenciáveis no WhatsApp, após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

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WhatsApp
PF investiga existência de esquema profissional para propagar mensagens falsas contra candidatosFoto: Getty Images/AFP/Y. Chiba

A Polícia Federal abriu neste sábado (20/10) um inquérito para investigar a disseminação em massa de mensagens falsas contra os candidatos à Presidência Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL).

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, confirmou a abertura da investigação, que será conduzida pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado.

De acordo com o Ministério Público, o objetivo da investigação aberta pela PF é verificar a possível existência de utilização de um esquema profissional por parte das campanhas políticas com o objetivo de propagar mensagens falsas.

O pedido de abertura da investigação havia sido feito pela procuradora-geral da República e procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, nesta sexta-feira. Ela fez a solicitação após uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelar que empresas teriam desembolsado milhões de reais para comprar serviços de envio de mensagens em massa a usuários da rede social a fim de favorecer o candidato do PSL.

Citando também reportagens do jornal O Globo e da emissora BBC sobre o disparo de mensagens, a procuradora-geral pediu à Polícia Federal que apurasse se empresas de tecnologia disseminaram, de "forma estruturada", informações falsas em redes sociais sobre o capitão reformado e seu adversário do PT. O pedido havia sido feito em ofício enviado ao ministro Jungmann, uma vez que a Polícia Federal está subordinada à sua pasta.

"No documento, Raquel Dodge informa que os fatos mencionados em reportagens jornalísticas já motivaram a abertura de procedimento apuratório pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). Destaca ainda que o objetivo é verificar a existência de eventual utilização de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas", disse a PGR em nota.

A procuradora-geral também argumentou que "o quadro de interferência" na opinião dos eleitores, por meio de eventuais fake news, representa uma "afronta" à integridade do processo eleitoral.

"É uma nova realidade mundial, que exige investigação com a utilização de um corpo pericial altamente gabaritado e equipamentos adequados, para se identificar a autoria e materializar a ocorrência desse novo formato de crime, recentemente introduzido na legislação brasileira, de alta potencialidade lesiva", afirmou Dodge.

Nesta sexta-feira, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Jorge Mussi também decidiu abrir uma ação para investigar suspeitas de compra de disparos em massa de mensagens antipetistas no WhatsApp por parte de empresários aliados a Bolsonaro.

WhatsApp informou estar tomando "medidas legais imediatas" contra as quatro empresas mencionadas pela Folha como responsáveis pelo envio de mensagens em massa, afirmando que contas associadas a essas empresas já foram banidas da plataforma.

Após a Folha denunciar o escândalo, Bolsonaro afirmou que as atitudes de seus apoiadores fogem de seu controle. "Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência", escreveu no Twitter.

Haddad, por sua vez, condenou as difamações feitas pelo adversário contra ele usando "dinheiro sujo", e acusou o ex-capitão de tentar fraudar a eleição.

CA/ots/dw

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