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PF pede ajuda da Interpol para localizar Eike Batista

26 de janeiro de 2017

Após solicitação da Polícia Federal, juiz determina que nome de empresário brasileiro seja incluído em lista internacional de foragidos da Justiça. Eike é alvo de operação envolvendo lavagem de dinheiro e corrupção.

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Eike Batista
Foto: picture-alliance/dpa

A Polícia Federal (PF) pediu à Justiça nesta quinta-feira (26/01) que a Interpol emitisse um mandado de prisão internacional para o empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, segunda fase da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Após a solicitação da PF, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou que o nome de Eike seja adicionado à lista chamada de "difusão vermelha" da Interpol, destinada a foragidos da Justiça. 

A Justiça havia decretado a prisão preventiva de Eike, e a polícia tentou prendê-lo em sua casa, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira. Como está em viagem ao exterior e não foi encontrado, ele passou a ser considerado foragido da Justiça. Segundo a polícia, o empresário voou para Nova York na terça-feira à noite, usando um passaporte alemão.

O advogado de Eike, Fernando Martins, afirmou nesta quinta-feira que seu cliente ficou surpreso com a operação e pretende se entregar à Justiça o mais rápido possível. O empresário estaria em Nova York para reuniões de negócio.

"Estamos em contato com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a intenção dele é cooperar com esses órgãos, como sempre cooperou, e retornar o mais rápido possível", disse o advogado.

Além de Eike, outras oito pessoas foram alvo de um mandado de prisão preventiva emitido pela Justiça por acusações de desvio de dinheiro de obras públicas, corrupção ativa, passiva e organização criminosa. A defesa de Eike ainda não se manifestou sobre as acusações do Ministério Público Federal.

Desvio milionário

Os mandados de prisão estão ligados a uma investigação sobre lavagem de dinheiro e desvio de cerca de 100 milhões de dólares (318 milhões de reais) para contas no exterior. A maior parte do dinheiro pertencia ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, segundo o procurador Leonardo Freitas.

Cabral foi preso em novembro passado, na primeira fase da Lava Jato no Rio, chamada de Operação Calicute. Ele é acusado de receber mais de 200 milhões de reais num esquema de corrupção. Nesta quinta-feira, as autoridades também fizeram buscas nas casas de outras pessoas, todas relacionadas ao ex-governador. Entre elas estão Susana Cabral, ex-mulher de Cabral e prima do presidente do PSDB, Aécio Neves, e o irmão do ex-governador Maurício Cabral.

Batista chegou a ser considerado o oitavo homem mais rico do mundo em 2010 pela revista Forbes, que na época calculou sua fortuna em cerca de 30 bilhões de dólares. Nos últimos anos, no entanto, as empresas dele enfrentaram sérios problemas financeiros, em parte devido a uma série de arriscadas operações de mercado que acabaram por levar o empresário à falência. No ano passado, Eike se apresentou voluntariamente à Justiça para colaborar com as investigações da Lava Jato.

Em sua declaração, confessou ter colaborado com algumas campanhas eleitorais por meio de doações não declaradas e que correspondiam a propinas estipuladas para vencer licitações de contratos com empresas públicas.

LPF/abr/ap/lusa/ots