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Pivô de crise no governo Merkel é aposentado

5 de novembro de 2018

Ministro Seehofer diz que perdeu a confiança em Hans-Georg Maassen depois de novas declarações polêmicas. Em setembro, briga pública em torno do ex-chefe do serviço secreto quase levou ao fim do governo.

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Horst Seehofer e Hans-Georg Maassen
Hans-Georg Maassen ao lado de Horst Seehofer em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/B.v. Jutrczenka

O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, anunciou nesta segunda-feira (05/11) que o ex-chefe do serviço secreto interno Hans-Georg Maassen será encaminhado à aposentadoria antecipada devido a "observações inaceitáveis" feitas por ele em seu discurso de despedida do cargo.

Maassen foi o pivô de uma crise na coalizão de governo que quase resultou no fim do governo da chanceler federal Angela Merkel. Seehofer, que apoiara Maassen durante a crise, afirmou nesta segunda-feira que não tinha mais como confiar nele depois das recentes declarações.

No seu discurso de despedida, em 18 de outubro, Maassen falou sobre "forças de extrema esquerda" dentro do Partido Social-Democrata (SPD), parceiro de coalizão da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e da União Social Cristã (CSU), de Seehofer.

Segundo ele, essas forças se aproveitaram das declarações feitas por ele sobre os acontecimentos em Chemnitz, em agosto, para provocar divisões no governo. Ele também chamou a política de migração e de segurança da Alemanha de "ingênua e esquerdista".

No início de setembro, Maassen colocara em dúvida a autenticidade de um vídeo que circulou nas redes sociais e que mostra participantes das manifestações em Chemnitz perseguindo e amedrontando pessoas de aparência estrangeira.

As declarações de Maassen sobre as agressões a estrangeiros em Chemnitz geraram amplas críticas e uma briga interna na coalizão de governo, pois Seehofer o protegeu. Para acalmar os ânimos, os líderes dos partidos concordaram, à época, com a demissão de Maassen do serviço secreto, mas deram a ele um novo cargo no Ministério do Interior, num nível hierárquico superior.

A demissão seguida de uma promoção para Maassen apenas aumentou a crise no governo, principalmente porque a ala mais à esquerda do SPD questionou a líder do partido, Andreas Nahles, sobre a decisão e voltou a defender a saída do partido do governo Merkel.

A crise foi finalmente encerrada com o cancelamento da promoção de Maassen, que assumiria um cargo de consultor no Ministério do Interior, comandado por Seehofer. Agora, Maassen perdeu também esse posto, por decisão do próprio ministro.

A crise originada pelo caso Maassen foi a segunda dentro da coalizão de governo, depois das desavenças públicas entre Seehofer e Merkel sobre a política de refugiados, e analistas políticos afirmam que ela contribuiu para os maus resultados da CDU e da CSU nas eleições estaduais de Hessen e da Baviera.

Depois do anúncio sobre Maassen, os partidos de oposição A Esquerda e Partido Verde afirmaram que Seehofer finalmente fez a coisa certa, só muito tarde. Já a AfD, maior bancada da oposição, convidou Maassen a entrar no partido.

AS/dpa/ard

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