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Indústria automobilística

(ca)30 de janeiro de 2007

A chanceler federal Angela Merkel e o ministro alemão da Economia, Michael Glos, posicionam-se contra as medidas de corte da emissão de gás carbônico sugeridas pelo comissário europeu do Meio Ambiente, Stravros Dimas.

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União Européia quer veículos menos poluentesFoto: APTN

Na discussão em torno das medidas de proteção climática entre a União Européia e a indústria automobilística, a chanceler federal Angela Merkel colocou-se ao lado das montadoras ao declarar, durante a Jornada Européia da Economia Alemã, nesta terça-feira (30/01), em Berlim, que se oporia a uma redução compulsória da emissão de gás carbônico nos países do bloco.

Em medida que deverá ser julgada nos próximos dias, o comissário do Meio Ambiente da União Européia, Stavros Dimas, quer obrigar os países-membros a reduzir, até 2012, a emissão de gás carbônico dos veículos licenciados para um máximo de 120 gramas por quilômetro.

Michael Glos, ministro alemão da Economia, adverte para a perda de dezenas de milhares de postos de trabalho na Alemanha, caso a União leve a cabo suas pretensões de redução de gases tóxicos. Apesar da dura crítica, Glos afirma acreditar em um consenso entre os interesses da UE e os da indústria alemã.

Fato lamentável

Energiegipfel
Merkel e Glos: temor pela perda de empregosFoto: AP

"É realmente um fato lamentável que a indústria automobilística européia não cumpra as metas que ela mesma estabeleceu", declarou Merkel em Berlim. No final dos anos de 1990, os construtores de automóveis assumiram, voluntariamente, o compromisso de redução da emissão de dióxido de carbono, por carros novos, para 140 gramas por quilômetro. Esta meta deveria ser atingida até o ano que vem.

Devido à quebra de compromisso da indústria, Dimas quer agora estabelecer, legalmente, um valor máximo de emissão de gás carbônico. A indústria automobilística alemã criticou com veemência os planos do comissário europeu, já que produz uma grande quantidade de limusines e veículos de estrada.

Merkel afirmou, entretanto, que irá se engajar "com toda força" por uma redução gradual, por classe de veículos, da emissão de gases tóxicos. Além disso, a chefe de governo alemão defendeu a estratégia de compensar a emissão de gás carbônico através da mistura da gasolina e do diesel com biocombustíveis, cujas quotas de proporção de deverão ser elevadas nos próximos anos.

Muito rápido, muito pesado e muito grande

Klimaschutz: Deutsche Autos
Carros muitos poluentes não têm futuro, segundo LottsiepenFoto: AP

Gerd Lottsiepen, porta-voz do Clube do Automóvel da Alemanha, discorda da advertência do ministro Glos, de que dezenas de milhares de empregos estariam em risco, caso as pretensões da UE se concretizem.

"A indústria automobilística alemã ganha muito dinheiro com automóveis muito grandes, pesados e rápidos – que consomem, naturalmente, muito combustível", afirmou Lottsiepen.

Os automóveis fabricados na Alemanha emitem, em média, 170 gramas de dióxido de carbono por quilômetro, ou seja, 50 gramas a mais do que deveriam em 2012. "Se o ministro acha que a indústria deve continuar agindo desta forma, ele estará pondo em risco postos de trabalho, em um prazo de cinco ou dez anos por não apostar em uma tecnologia do amanhã", comentou o porta-voz.

Glos não está sozinho

Glos não está, entretanto, sozinho em suas críticas. Erich Klemm, presidente do Conselho de Funcionários da DaimlerChrysler, declarou que tal redução obrigatória provocaria na montadora a perda de 65 mil empregos, devido ao fechamento das fábricas de automóveis das classes C, S e E da Mercedes.

Apesar das duras críticas aos planos da União Européia, o ministro alemão da Economia, Michael Glos, declarou, nesta terça-feira (30/01), em Bruxelas, que acha possível uma conciliação entre as partes conflitantes no que tange à redução da emissão de dióxido de carbono.