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Polícia prende líder da oposição russa

26 de março de 2017

Candidato à presidência Alexei Navalny é detido em Moscou durante manifestação contra corrupção no governo. Mais de 130 pessoas foram presas na cidade, diz ONG. Protestos ocorreram em várias regiões do país.

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Forças de segurança carregam Alexey Navalny durante manifestação
Forças de segurança carregam Alexey Navalny durante manifestaçãoFoto: Reuters/M. Shemetov

O líder da oposição e candidato à presidência da Rússia Alexei Navalny foi preso neste domingo (26/03) em Moscou, durante manifestações contra corrupção no governo. Segundo o grupo de defesa dos direitos humanos OWD Info, mais de 130 pessoas foram presas durante os protestos em Moscou.

Apesar de as autoridades de Moscou terem alertado que o protesto era ilegal, milhares de pessoas se reuniram na praça Pushkin e na rua Tverskaya, no centro da capital da Rússia, em meio a um grande número de policiais. "A Rússia será livre! Liberdade, liberdade", cantavam os manifestantes na praça Pushkin. Os organizadores do protesto recomendaram que os ativistas passeassem pelas calçadas da rua Tversakaya, para evitar serem presos.

Ativista caído no chão é preso durante manifestação em Moscou
Mais de 130 pessoas foram detidas só em Moscou, afirma ONGFoto: picture alliance/AP Photo/A. Zemlianichenko

O dia nacional de protesto foi convocado com o tema "Dmitri pagará", que faz referência ao primeiro-ministro do país, Dmitri Medvedev, acusado de ser um dos homens mais corruptos da Rússia.

Navalny fez a denúncia no início do mês em um vídeo publicado no Youtube, resultado de uma investigação de vários meses. No vídeo, que já foi visto mais de 10 milhões de vezes, Navalny afirma que Medvedev, um dos principais aliados de Putin, construiu um império imobiliário dentro e fora do país, através de fundações beneficentes comandadas por parentes e pessoas de sua confiança.

"Baseando-nos na documentação publicada, afirmamos que para as fundações de Medvedev foram transferidos pelo menos 70 bilhões de rublos (cerca de 1,2 bilhão de dólares) em dinheiro e propriedades", afirmou Alexei Navalny.

As manifestações contra a corrupção foram convocadas em cidades como Vladivostok, Krasnoyarsk e Tomsk, nas quais também não houve permissão das autoridades para os protestos.

"Não à corrupção"

Na cidade siberiana de Novosibirsk, cerca de 2 mil pessoas se reuniram no centro da cidade, carregando sinais como "Não à corrupção", de acordo com o site de notícias local Sib.fm. Alguns levantaram imagens de patos de borracha amarelos, depois de relatos de que Medvedev tem uma casa especial para um pato em uma de suas propriedades.

Em São Petersburgo, cerca de 4 mil pessoas se reuniram no centro da cidade. "Estamos cansados ​​das mentiras, temos de fazer alguma coisa", disse Sergei Timofeyev à agência de notícias AFP.

Navalny antes da prisão, durante ato em Moscou
Navalny antes da prisão, durante ato em MoscouFoto: Getty Images/AFP/V. Maximov

A Constituição russa permite encontros públicos, mas leis recentes criminalizaram protestos não autorizados pelas autoridades da cidade, que frequentemente se recusam a conceder permissão para comícios de críticos do Kremlin.

A mídia local estimou cerca de 1.500 pessoas em cada uma das cidades siberianas de Krasnoyarsk e Omsk.

Na maioria dos lugares, as autoridades não autorizaram os comícios, e alguns daqueles que apareceram para protestar foram detidos pela polícia.

Na cidade de Vladivostok, no leste do país, cerca de 700 pessoas apareceram, segundo o site local Prima Media, e uma dúzia de pessoas foram detidas pela guarda nacional. Na cidade dos Urais de Yekaterinburg, cerca de mil pessoas apareceram, de acordo com o site local Znak.com.

Alexei Navalny disse em seu site que 99 cidades russas planejaram protestos, mas que em 72 delas as autoridades locais não deram permissão, citando razões que vão desde a limpeza de ruas até um concerto de campainha para eventos rivais de vários grupos pró-Kremlin. As autoridades também pressionaram os estudantes a não comparecerem, e algumas cidades até agendaram exames em um domingo, segundo relatos.

MD/afp/efe/dpa