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Políticos condenam apoio a ataques a refugiados na Alemanha

21 de fevereiro de 2016

Depois de multidão cercar ônibus de refugiados em Clausnitz, futuro abrigo para migrantes pega fogo em Bautzen, também na Saxônia. Políticos reagem consternados à aparente satisfação e apoio de moradores aos incidentes.

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Foto: picture-alliance/dpa/R. Löb

Um antigo hotel que estava sendo preparado para receber refugiados na cidade de Bautzen, no estado alemão da Saxônia, foi atingido por um incêndio na madrugada deste domingo (21/02). As causas do incêndio ainda não foram esclarecidas, mas a principal suspeita da polícia local é de que se trata de um ato criminoso.

Segundo as autoridades, alguns moradores e espectadores reagiram com um "prazer indisfarçável" ao incêndio. Alguns teriam feito "comentários depreciativos" sobre o incidente. Também os trabalhos de extinção do fogo foram dificultados, afirmaram os policiais.

Por esse motivo, foram anotados os dados pessoais de vários espectadores. Três jovens da cidade, de 19 e 20 anos, foram expulsos do local por prejudicar "maciçamente" o trabalho dos bombeiros, informou a polícia local. Os dois homens alcoolizados, de 20 anos, foram levados sob custódia após oferecer resistência.

Segundo o chefe de polícia de Leipzig, Bernd Merbitz, provavelmente o incêndio foi intencional. Merbitz informou que as investigações estão em curso e que ainda não há uma suspeita. "Estamos investigando em todas as direções", disse Merbitz em Bautzen.

Screenshot YouTube Aggressiver Mob bedroht Flüchtlingsbus in Clausnitz
Imagem de vídeo amador mostra cerco a ônibus de refugiados em ClausnitzFoto: YouTube/Thomas Geyer

Nojento e repugnante

O governador da Saxônia, Stanislaw Tillich, descreveu o incidente em Bautzen, como também acontecimentos anteriores em Clausnitz, como nojentos e repugnantes. "Não são seres humanos que praticam isso. São criminosos", afirmou o governador ao grupo de mídia Funke.

Na noite da última quinta-feira em Clausnitz, uma multidão enfurecida cercou durante horas um ônibus de refugiados, gritando "Nós somos o povo", lema usado pelos antigos alemães-orientais nas passeatas contra o regime comunista em 1989.

Através do Twitter, o ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, explicou: "Quem aplaude descaradamente diante do incêndio de edifícios e quem amedronta refugiados até a morte, age de forma abominável e repugnante."

Em todo o país, os acontecimentos em Bautzen e Clausnitz provocaram uma onda de indignação e choque. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, afirmou que na Alemanha todos podem expressar seus medos e preocupações e que isso seria válido também para opiniões políticas desagradáveis.

"Mas há um limite de decência e justiça que não deve ser ultrapassado – e nos acontecimentos na Saxônia, esses limites foram significantemente excedidos", apontou De Maizière.

CA/afp/dpa/ epd/dw