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Porco alemão, presunto italiano

Sabine Kinkartz /am15 de janeiro de 2003

As exportações agrárias foram um importante fator para a agricultura alemã no ano passado. Apesar da crise nos mercados de exportação, foram vendidos produtos no valor de mais de 28 bilhões de euros.

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Queijo e frios: artigos finos da AlemanhaFoto: Bilderbox

O que têm os porcos alemães que ver com o conhecido presunto do Trentino, no norte da Itália? A resposta é muito simples: já que na região do Tirol, à qual pertence o Trentino, a criação de porcos é praticamente irrelevante, os animais são importados de outros países – entre os quais, a Alemanha – para a produção do famoso presunto.

Este é um dos muitos exemplos da exportação alemã de produtos agropecuários, que se torna cada vez maior. O que pode ser considerado uma novidade, pois durante muitas décadas os produtos agrários alemães eram consumidos quase exclusivamente no próprio país, segundo Wendelin Ruf, presidente do conselho fiscal da Sociedade Central de Marketing da Economia Agrária Alemã (CMA).

Wendelin Ruf: "Para nós era claro o fato de a Alemanha ser um país importador de produtos agrícolas. Nos últimos anos, contudo, o setor da produção de alimentos começou a voltar-se para o comércio de exportação e agora torna-se evidente que obtivemos êxito. Um quarto da nossa produção é vendida entretanto nos mercados externos."

Quarto lugar

Com um volume de importação de cerca de 33 bilhões de euros nos primeiros dez meses de 2002, a Alemanha é um dos principais países importadores de produtos agrícolas dentro da União Européia. Mas, segundo afirma Jörn Dwehus, gerente da CMA, o país já ocupa o quarto lugar nas exportações.

Os dados provisórios de 2002, calculados através da projeção das vendas realizadas até setembro, partem de um volume total de exportações de 28,3 bilhões de euros. Apesar da baixa conjuntura e de reveses como a doença da vaca louca e os casos de febre aftosa, a tendência continua sendo de aumento das exportações.

Os negócios não são feitos apenas com produtos da pecuária, diz Dwehus: "Cerca de 50% dos alimentos exportados são de origem vegetal; 17,5% alimentos de poupança (que não suprem necessidades alimentares, mas estimulam o sistema nervoso central e produzem energia passageira); 1,9% animais vivos; e cerca de 31% são alimentos de origem animal – o leite continua sendo um dos principais setores, com 27,6%; os laticínios, com queijo (17,6%) e manteiga (1,3%). E as carnes e derivados, com 34,9% das exportações."

Artigos finos

As exportações agrárias alemãs são caracterizadas pela elevada qualidade dos produtos, destacando-se principalmente os artigos finais de alto requinte. Disto fazem parte, por exemplo, inúmeros tipos de queijo e de frios, mas também de doces.

Wendelin Ruf justifica a pauta das exportações: "É um objetivo mais que evidente, o de lançar produtos finais no mercado. Pois os lucros no comércio de matérias-primas continuam sendo parcos. Isto ocorre também para nós, na Alemanha. Tentamos, naturalmente, aumentar a nossa participação nos lucros através do beneficiamento dos produtos."

As perspectivas são boas, segundo Jörn Dwehus, pois os produtos alemães gozam de boa fama internacional: "Alta qualidade. Esta é a associação que se faz não apenas com nossos automóveis, mas também no setor dos alimentos – ingredientes naturais, pureza, embalagem e aspecto visual do produto."

Os principais parceiros comerciais da Alemanha no setor agrário são a Holanda, a Itália e a França. O setor agropecuário alemão olha agora, com grande expectativa, em direção ao Leste europeu. Pois os futuros países-membros da União Européia constituem um mercado promissor, segundo os prognósticos do setor agropecuário alemão.