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Potencial droga no combate à covid-19 fracassa em teste

24 de abril de 2020

Documento divulgado acidentalmente pela OMS afirma que não houve melhora em pacientes que receberam antiviral Remdesivir. Fabricante Gilead diz que há erros no estudo e que ele não é conclusivo.

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Remdesivir antivirales Medikament in Erprobung
Foto: AFP/U. Perrey

Um tratamento experimental contra o novo coronavírus com base no medicamento antiviral Remdesivir fracassou no primeiro teste clínico, segundo resultados divulgados acidentalmente nesta quinta-feira (24/04).

Um rascunho de um sumário sobre testes com o Remdesivir chegou a ser divulgado por um breve período na plataforma de internet da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi reportado pelo jornal britânico Financial Times e pelo portal de medicina americano Stat.

O sumário afirma que, em testes realizados na China em 237 pacientes, com 178 medicados e outros 79 em um grupo de controle da doença, não houve melhoras nas condições de saúde nem redução da presença de patógenos no sangue. A aplicação do Remdesivir foi até mesmo interrompida precocemente em 18 pacientes em razão de efeitos colaterais.

Os autores do texto afirmam que o medicamento "não foi associado a uma diferença temporal na melhora clínica" em comparação com o grupo de controle.

Após um mês, 13,9% dos pacientes testados morreram, em comparação ao índice de mortes de 12,8% entre os que estavam no grupo de controle, o que não representa uma diferença significativa em termos estatísticos.

Um porta-voz da farmacêutica Gilead Sciences, fabricante do produto, disse que o texto continha "caracterizações inadequadas do estudo", afirmando que foi encerrado precocemente em razão do baixo número de voluntários, o que o tornaria irrelevante em termos estatísticos.

"Dessa forma, os resultados do estudo são inconclusivos, apesar de uma tendência nos dados sugerir um potencial benefício do Remdesivir, particularmente entre os pacientes tratados no início da doença", afirmou.

A OMS afirmou que o rascunho está sendo revisado por especialistas e foi publicado de maneira equivocada.

De qualquer forma, esse episódio não representa o fim das tentativas. Há diversos testes em larga escala atualmente em curso, que deverão deixar mais claras as questões envolvendo a aplicação do fármaco contra o coronavírus Sars-Cov-2.

Especialistas disseram que o teste considerou um número muito pequeno de pessoas para que fosse possível verificar benefícios ou riscos.

RC/afp/ots

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