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Presidente do TikTok deixa o cargo em meio a pressão dos EUA

27 de agosto de 2020

Há apenas três meses no posto, Kevin Mayer anuncia saída da empresa, que está no centro de uma disputa entre China e EUA. Washington alega que rede social é usada por Pequim para espionar cidadãos americanos.

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Kevin Mayer, de óculos escuros e camisa azul, anda em rua arborizada
Kevin Mayer ficou apenas três meses no comando do TikTok. Antes, assumiu cargos importantes na DisneyFoto: AFP/Getty Images/D. Angerer

O presidente-executivo do TikTok, Kevin Mayer, anunciou nesta quinta-feira (27/08) sua saída da empresa chinesa responsável pela popular rede social de vídeos. O aplicativo é o mais recente alvo das tensões comerciais e diplomáticas entre China e Estados Unidos.

Mayer estava há apenas três meses no comando do TikTok, e sua saída ocorre dias após a empresa entrar com um processo contra o governo americano para contestar a ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump proibindo o aplicativo no país. Washington alega que a plataforma pode ser usada pelo governo chinês para espionar cidadãos americanos.

A renúncia ocorre num momento conturbado para a empresa, que tenta convencer os EUA e a Índia de que a rede social não oferece ameaça à segurança, ao mesmo tempo em que mantém negociações com possíveis compradores após Washington exigir pela segunda vez a venda de suas operações em território americano.

"Eu entendo que a função para a qual me candidatei – incluindo administrar o TikTok globalmente – será muito diferente como resultado da ação do governo americano de pressionar pela liquidação dos negócios nos EUA", disse Mayer em carta aos funcionários. "Nesse contexto, e como esperamos chegar a uma resolução muito em breve, é com o coração pesado que gostaria de informar a todos que decidi deixar a empresa."

Com a saída de Mayer, o cargo será ocupado de forma interina por Vanessa Pappas, que cuida da operação do aplicativo nos EUA, comunicou o TikTok em comunicado.

A empresa chinesa tem estado no centro de uma desavença diplomática entre os EUA e a China. Em 6 de agosto, Trump assinou uma ordem executiva em que deu aos americanos 45 dias para pararem de fazer negócios com a matriz chinesa do TikTok, a ByteDance, e estabeleceu um prazo de 90 dias para a ByteDance se desfazer das operações e dos dados do TikTok nos EUA.

A rede social, por sua vez, no processo aberto contra o governo americano, argumentou que a ordem do presidente exemplifica o uso indevido da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, porque o aplicativo – baixado 175 milhões de vezes nos EUA e mais de 2 bilhões de vezes em todo o mundo – não representa "uma ameaça incomum e extraordinária".

A companhia mantém sua afirmação de que nunca forneceu quaisquer dados de usuários nos Estados Unidos ao governo chinês.

Atualmente, a ByteDance está em negociações para vender as operações do TikTok na América do Norte, Austrália e Nova Zelândia, que podem valer de 25 a 30 bilhões de dólares. Os gigantes da informática Microsoft e Oracle são possíveis pretendentes.

O TikTok também foi alvo de banimento na Índia. Em junho, o governo indiano proibiu 59 aplicativos chineses, após um confronto militar na fronteira entre a Índia e a China.

PV/afp/rtr

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