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Presidente eleito do México anuncia corte no próprio salário

16 de julho de 2018

López Obrador diz que seus ganhos serão 60% inferiores aos do atual presidente e que pretende alterar Constituição para que ninguém receba mais do que o chefe de Estado.

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Andrés Manuel López Obrador assume a presidência em dezembro. Pela primeira vez a esquerda governará o MéxicoFoto: Reuters/D. Becerril

O presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou no domingo (15/07) que cortará o salário do presidente do país em 60% em relação ao vencimento do atual mandatário, Enrique Peña Nieto, quando assumir o mandato, em dezembro.

"Quando me tornar presidente, meu salário mensal será de 108 mil pesos [cerca de 5.700 dólares], ou seja, vou ganhar 40% do que Enrique Peña Nieto, que recebe 270 mil pesos [cerca de 14.200 dólares]", disse López Obrador.

O presidente eleito queria reduzir ainda mais seu vencimento, mas disse não querer causar mal-estar entre os futuros membros da sua equipe de governo. Alguns deles deixaram cargos no setor privado e acadêmico que pagam melhor do que o que passarão a receber quando ocuparem cargos públicos.

O corte no salário do presidente é uma das medidas do plano de austeridade com o qual López Obrador busca reduzir os custos da burocracia do Estado mexicano, uma de suas principais propostas de campanha.

O político esquerdista explicou que tentará reformar a Constituição do México para que o documento estabeleça que ninguém possa ter um salário maior do que o do presidente do país. "Vou enviar a iniciativa [ao Congresso], acompanhada do orçamento", disse.

López Obrador, que sucederá Peña Nieto em 1º de dezembro, também anunciou outras 50 diretrizes para combater a corrupção e aplicar uma "política de austeridade republicana" no governo. Entre as propostas, López Obrador buscará reformar a legislação para "suspender em sua totalidade privilégios" de funcionários públicos: não haverá bônus sobre o salário de funcionários do governo nem um orçamento para despesas médicas privadas. O novo governo também tentará cancelar a pensão vitalícia para ex-presidentes. 

Além disso, López Obrador já tinha anunciado na semana passada a intenção de propor que a corrupção, o roubo de combustível e a fraude eleitoral se tornem crimes graves e que os acusados por esses crimes não possam ser libertados sob fiança.

Por fim, o presidente eleito disse que o trabalho de espionagem e escutas telefônicas será cancelado e o sistema de inteligência do governo vai se dedicar apenas à prevenção de delitos e ao combate à criminalidade.

López Obrador foi candidato nas eleições presidenciais de 2006 e de 2012. Em sua terceira tentativa, o político de 64 anos, apelidados de Amlo por seus apoiadores, venceu a eleição na segunda maior economia da América Latina.

PV/efe/dpa/lusa

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