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Armamentismo

Agências (sm)23 de março de 2008

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considera as armas nucleares um "seguro de vida" para a Europa. Segundo relatos da imprensa européia, Paris e Londres planejam desenvolver em conjunto uma nova tecnologia nuclear.

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Arsenal nuclear francês compreende 348 ogivas, segundo fontes norte-americanasFoto: AP
Nicolas Sarkozy äußert sich in Berlin vor der Presse
Nicolas SarkozyFoto: picture-alliance/dpa
Alegando a ameaça militar representada pelo Irã, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, considera fundamental para a defesa da Europa fortalecer o papel da França como potência nuclear. O poder de intimidar outros países através de armas atômicas seria o "seguro de vida da nação". Sarkozy admite que a França não está sob ameaça de nenhuma invasão, mas alerta para outros perigos. O Irã estaria ampliando o alcance de seus mísseis estratégicos, além de seu programa atômico ainda despertar grande suspeita. "A segurança da Europa está em jogo", alertou Sarkozy. "Advertência atômica" Há dois anos, o antecessor de Sarkozy no governo em Paris, Jacques Chirac, ameaçou com um ataque nuclear todos os países que eventualmente estivessem preparando atentados terroristas contra a França. Na época, isso já foi avaliado como uma revalorização da doutrina nuclear francesa. Sarkozy relativizou essa ameaça direta, mas ressaltou sua determinação, ao declarar recentemente que a França poderia reagir com uma "advertência atômica", apesar de sua doutrina ser "estritamente defensiva".
Frankreich würde Atombomben einsetzen
Jacques Chirac a bordo de um submarino nuclear, em 2006Foto: AP
Por outro lado, ele anunciou a redução do arsenal de armas nucleares para menos de 300 ogivas. A França vai reduzir em um terço seu arsenal nuclear aéreo. A maior parte das armas atômicas restantes se encontra em submarinos. Em seu relatório de 2008, a Federação Norte-Americana de Cientistas constata que a França dispõe de pelo menos 348 ogivas. Por outro lado, Sarkozy exige que os Estados Unidos e a China façam vigorar na prática a proibição de testes atômicos acertada em 1996. Ele também propõe um novo acordo de desarmamento para mísseis de curto e médio alcance. Aliança franco-britânica pela energia nuclear? Segundo a edição de sábado (22/03) do diário britânico The Guardian, a França e o Reino Unido pretendem cooperar no desenvolvimento de uma nova tecnologia nuclear, a fim de comercializá-la mundialmente dentro de 15 anos. O jornal noticiou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, vai anunciar o plano por ocasião de seu próximo encontro como premiê britânico, Gordon Brown, na próxima quinta-feira (27/03), em Londres. O governo britânico recusou se pronunciar sobre o assunto. Organizações ambientais criticaram com veemência os supostos planos anglo-franceses de construir conjuntamente usinas nucleares de nova geração. A idéia de vender energia atômica para o mundo, a fim de proteger o clima é um "completo absurdo", comentou Neil Crumpton, da organização ambiental britânica Friends of the Earth. "Energia nuclear é perigosa e a eliminação do lixo atômico requer conhecimentos de alta tecnologia." Em vez disso, os países europeus deveriam incentivar as fontes renováveis de energia. Na França, 80% da energia produzida é nuclear, enquanto no Reino Unido essa cota só chega a 20%. No ano passado, o premiê britânico havia anunciado a construção de novas usinas nucleares para substituir os atuais reatores britânicos, em grande parte ultrapassados.