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Cáucaso

Agências (ca)12 de agosto de 2008

Cinco dias após o início do conflito no Cáucaso, o presidente russo Dimitri Medvedev ordenou o fim da operação militar contra a Geórgia. Tropas russas, no entanto, continuarão estacionadas no país vizinho.

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Sarkozy encontrou-se com Medvedev em MoscouFoto: AP

"O objetivo da operação foi alcançado", comentou o chefe de Estado russo nesta terça-feira (12/08), ao anunciar o fim da ação militar de Moscou no Cáucaso em defesa de seus interesses nas províncias separatistas georgianas da Ossétia do Sul e Abkházia.

"O agressor foi castigado e sofreu duras perdas" acresceu Dimitri Medvedev, pouco antes de seu encontro com o presidente francês Nicolas Sarkozy em Moscou. O presidente francês, que exerce atualmente a presidência semestral da União Européia, viajou à capital russa na tentativa de intermediar o conflito.

Mesmo após o cessar-fogo decretado por Medvedev, as tropas russas deverão continuar na Geórgia, informou o vice-comandante do Estado Maior russo, general Anatoli Nogovitsin. "As tropas russas ficarão no mesmo local aonde ordenamos que fossem", comentou o general.

A guerra entre a Rússia e a Geórgia provocou a evasão de cerca de 100 mil pessoas. Por volta de 30 mil refugiados teriam deixado as regiões de combate na Ossétia do Sul em direção à província russa da Ossétia do Norte, informou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, nesta terça-feira em Genebra.

Condições de cessar-fogo

Georgien Südossetien Russland russische Truppen in Abchasien
Tropas russas deverão ficar nas províncias separatistasFoto: AP

No encontro que teve como Nicolas Sarkozy em Moscou, o presidente russo apontou duas condições para uma solução definitiva do conflito no Cáucaso. Em primeiro lugar, os soldados georgianos devem se retirar das regiões de conflito e entregar, em parte, suas armas. Além disso, Medvedev exige a assinatura de um acordo de renúncia à violência por parte da Geórgia. Ainda não está claro se o governo de Tbilisi aceitará as condições impostas por Medvedev.

Quanto ao controle do cessar-fogo, o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, descartou a participação de soldados georgianos. Ele também rebateu acusações da Geórgia e dos EUA de que seu país pretenderia derrubar o governo de Tbilisi.

Medvedev e Sarkozy discutem, nesta terça-feira em Moscou, o plano de paz da União Européia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Sarkozy se encontra ainda com o presidente georgiano Mikhail Saakashvili, que já assinara na véspera o plano de cessar-fogo.

Antes do encontro com Medvedev, o presidente francês afirmou que agora é necessário estabelecer o mais rápido possível um cronograma para que os partidos conflituosos voltem às posições que tinham antes do início da crise.

Solidariedade com a república caucasiana

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Nogovitsin negou bombardeios russos em GoriFoto: AP

Os presidentes da Polônia, Lituânia, Estônia, como também o primeiro-ministro da Letônia partiram de Varsóvia em direção à Geórgia para mostrar sua solidariedade com a república caucasiana no conflito com a Rússia. Segundo o presidente polonês, Lech Kaczynski, a Geórgia teria sido "vítima de uma agressão". A oferta de paz do presidente russo foi bem aceita pelo chefe de Estado polonês. Pouco antes de voar para Geórgia, Kaczynki questionou se as ofensivas russas não iriam ser retomadas.

Os 26 países que fazem parte da Otan também exigiram que a Rússia respeite a integridade territorial da Geórgia. "Um cessar-fogo não é suficiente", disse o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, após consultas entre o embaixadores dos países da Otan e o representante da Geórgia, em Bruxelas.

Jaap de Hoop Scheffer declarou que todos os partidos devem restaurar "o estado de antes de 6 de agosto" – ou seja, antes da investida georgiana na região separatista da Ossétia do Sul. O secretário-geral salientou que a Geórgia "se encontra a caminho de seu ingresso na Otan".

Novos bombardeios

Apesar do cessar-fogo declarado pelo presidente Medvedev, cinco civis morreram e outros ficaram feridos devido a bombardeios russos na cidade de Gori, situada a 60 quilômetros a oeste da capital Tbilisi.

A informação da rede de TV RTL vai de encontro à declaração feita nesta terça-feira pelo vice-comandante do Estado Maior da Rússia, Anatoli Nogovitsin, de que "as Forças Armadas russas não fizeram nenhum ataque direcionado a Gori".

Segundo informações da emissora de TV, um cameraman holandês está entre as vítimas dos bombardeios aéreos russos em Gori. Um repórter de televisão também foi ferido nos bombardeios, informou a RTL.