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Criminalidade

Procuradoria pede prisão perpétua para ré no caso NSU

12 de setembro de 2017

Beate Zschäpe, única sobrevivente da organização de extrema direita, é corresponsável pelos crimes cometidos por seus cúmplices, afirma procurador. Grupo executou dez pessoas e cometeu dois atentados na Alemanha.

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Beate Zschäpe
Beate Zschäpe nega que tivesse conhecimento dos crimes cometidosFoto: Getty Images/A. Gebert

A Procuradoria-Geral da Alemanha pediu nesta terça-feira (12/09) pena de prisão perpétua para a única sobrevivente da organização terrorista de extrema direita NSU (Clandestinidade Nacional-Socialista), Beate Zschäpe.

Leia mais:Principal acusada no caso NSU fala pela primeira vez

O processo começou em 6 de maio de 2013, com Zschäpe no banco dos réus. Ela é a principal acusada pelas mortes de dez pessoas, nove delas comerciantes de origem turca ou grega e uma policial, entre 2000 e 2006. 

O procurador federal Herbert Diemer afirmou ao Tribunal Superior Regional de Munique que uma pena deve ser aplicada para cada uma das dez mortes perpetradas pelo grupo. Além de Zschäpe, a NSU era integrada pelos cúmplices dela Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, com quem ela viveu durante quase 14 anos na clandestinidade. Ambos cometeram suicídio em 2011, quando estavam cercados pela polícia.

Zschäpe responde também pelas acusações de integrar uma organização terrorista, participar de 15 assaltos em diversas cidades alemãs e cometer dois atentados a bomba em Colônia. Ela ainda é acusada de atear fogo ao apartamento onde morava com seus companheiros na cidade de Zwickau, no leste da Alemanha, com a intenção de eliminar provas.

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Diemer alega que, apesar de não estar presente durante a execução dos crimes, ela é corresponsável pelas ações de seus companheiros. "A ré é plenamente responsável por sua conduta", disse o promotor. Ele a acusou de ser uma pessoa "fria e calculista", que demonstrava desrespeito por vidas humanas.

O promotor afirmou que Zschäpe compartilhava da mesma visão de mundo nacional-socialista radical que seus companheiros, que espalhou medo entre imigrantes na Alemanha por meio da série de assassinatos. A ré, de 42 anos, nega que tivesse conhecimento dos crimes.

Outras quatro pessoas estão no banco dos réus, incluindo um membro do partido extremista NPD, Ralf Wohlleben. Elas são acusadas de cumplicidade por supostamente terem ajudado ou apoiado os membros da NSU na execução de crimes.

A decisão final do Tribunal de Munique é aguardada para os próximos meses. Em mais de quatro anos de depoimentos e apresentação de provas, foram ouvidas mais de 800 testemunhas e 42 especialistas.

RC/ap/dpa