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Procuram-se substitutos para animais de laboratório

(av)23 de agosto de 2005

Congresso internacional estuda em Berlim alternativas para o emprego de cobaias em testes científicos. Ministra da Defesa do Consumidor, Renate Künast, defende os animais, na abertura do evento.

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Foto: dpa

"Devemos nos perguntar de que maneiras os experimentos com cobaias são realmente necessários para tornar nossas vidas mais seguras", questionou a ministra da Defesa do Consumidor, Alimentação e Agricultura, Renate Künast, na abertura do 5º Congresso sobre Alternativas para a Experimentação com Animais, que se realiza em Berlim de 22 a 25 de agosto.

Defendendo mais investimentos em alternativas, ela afirmou que a Alemanha ainda está muito longe da meta do Partido Verde, de que se torne o número um europeu no desenvolvimento de métodos sem uso de animais. Embora o número de testes haja caído entre 2001 e 2003, Künast ainda o considera alto demais.

Em entrevista ao jornal Der Tagesspiegel, a ministra revelou que até espera uma nova elevação, caso seja implementada a nova diretriz da União Européia intitulada Reach (Registro, Avaliação e Autorização de Substâncias Químicas). Amplamente baseada em testes com animais, a diretriz virá regulamentar o uso de cerca de 30 mil produtos sintéticos em objetos manufaturados do dia-a-dia.

Entretanto, Künast admitiu que o assunto é complexo. "Há um conflito de interesses. Os esforços para proteger nossa saúde e meio ambiente não podem excluir totalmente a experimentação com cobaias."

Pele humana sintética

Versuch an einer Maus der Farbwerke in Hoechst
Experiência com comundongo na fábrica de tintas HoechstFoto: dpa

Em todo o mundo, os animais são utilizados para testar produtos que vão de xampu a novos medicamentos contra o câncer. Embora visando, em última análise, a proteção do consumidor, nos últimos anos a prática tem suscitado controvérsias cada vez mais acaloradas. Seus opositores argumentam que ela é mais lenta, mais cruel e mais cara do que alternativas não-animais.

As alternativas propostas no congresso incluem descobertas da moderna biotecnologia que simulam a pele humana, permitindo testar reações potencialmente adversas sem recorrer a cobaias.

Outro campo que depende muito dos testes com cobaias é a pesquisa da dor, onde praticamente todos os tratamentos disponíveis são primeiro testados em animais. Estes são também sacrificados no desenvolvimento de anestésicos para evitar dores durante as cirurgias.

Liberdade à vista para as cobaias

Porém, o fim do martírio dos animais de laboratório parece estar à vista. Na Europa, a prática acusou uma redução de 50% desde 1989, em especial graças a outra diretriz da UE, segundo a qual as experiências só são permissíveis na total ausência de uma alternativa viável.

Segundo Horst Spielmann, diretor do Zebet (Departamento Central para Coleta e Avaliação de Alternativas para os Experimentos com Animais), o progresso nesse campo é inegável. "O emprego de animais em currículos de ensino já ficou supérfluo. Em muitos países, é possível tornar-se médico, veterinário ou biólogo sem jamais haver praticado um único experimento envolvendo cobaias."