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Pouca atratividade

17 de julho de 2009

Pesquisa divulgada pela Comissão Europeia mostra que a educação não está exatamente entre as prioridades orçamentárias dos países-membros e constata envelhecimento dos docentes.

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Faixa etária dos professores alemães é uma das mais elevadas da EuropaFoto: DW-TV

Os países da União Europeia (UE) investem em média aproximadamente 5% do PIB em educação. Segundo um estudo apresentado nesta quinta-feira (16/07) em Bruxelas, as despesas com educação perfazem em média 11% do orçamento público dos países do bloco.

A maior parte das verbas de ensino (70%) é destinada à remuneração de pessoal. De acordo com a pesquisa da Comissão Europeia, Luxemburgo é o país com o maior índice de investimentos por aluno, sendo que o menor é registrado na Bulgária e na Romênia.

A Alemanha está dentro da média europeia. Considerando o poder econômico do país, os gastos de apenas 4,4% do PIB com educação são relativamente baixos. Os únicos países que investem menos que a Alemanha são Bulgária, Luxemburgo, Eslováquia e Espanha.

Perfil demográfico

O estudo também constata que o número de estudantes do ensino elementar e médio está caindo em quase todos países da União Europeia. Já há alguns anos se nota no continente uma redução do número de escolares por professor.

Por outro lado, o número de crianças matriculadas na pré-escola e o de estudantes universitários vem aumentando em toda a Europa.

No ensino superior, a participação feminina é nitidamente superior à masculina: para cada 100 homens que frequentam a faculdade se registram 123 mulheres. No entanto, em cursos como Engenharia ou Matemática, as mulheres ainda são sub-representadas.

Além disso, a maioria dos estudantes europeus do ensino elementar e médio frequenta escolas públicas. Apenas 2,5% estão matriculados em escolas particulares.

Longa formação educacional

De modo geral, a tendência europeia é de prolongar a duração do ensino escolar. A carga horária de disciplinas como Ciências, Estudos Sociais e Língua Estrangeira aumentou.

Segundo o estudo europeu, nos países escandinavos os jovens levam mais tempo para completar a formação educacional. Na Dinamarca, Suécia, Islândia, Noruega e Estônia, 15% dos estudantes têm mais de 30 anos de idade. Na Alemanha, 15% têm mais de 28,6 anos.

Quanto à duração geral do ensino elementar, médio e superior, os finlandeses têm o maior período de formação. Uma criança finlandesa de 5 anos de idade ainda tem à sua frente 20 anos de estudo.

Na Alemanha são 17,5 anos, um pouco mais do que a média europeia (17,2 anos). Esses dados se referem a 2006.

Envelhecimento do corpo docente

Na Alemanha, a média de idade dos professores é uma das mais altas da Europa. A metade dos professores alemães tem mais de 50 anos e vai se aposentar dentro de 10 a 15 anos.

Por ocasião da divulgação do estudo, o comissário europeu de Educação, Ján Figel, ressaltou que deverá haver escassez de educadores em certas disciplinas. "A profissão do professor não é das mais atraentes na nossa sociedade", apontou ele.

Para Figel, a idade dos professores afeta a qualidade do ensino. Professores mais velhos tendem a não utilizar métodos modernos de aprendizagem, explicou Stanislav Ranguelov, um dos colaboradores do estudo. É por isso que Ranguelov defende maiores possibilidades de aperfeiçoamento profissional para professores de faixas etárias superiores.

Crise não pode servir de desculpa

Na Alemanha, os educadores do ensino elementar são os mais velhos da União Europeia. Quanto às etapas subsequentes do ensino escolar, o país só fica atrás da Itália, onde mais de 60% dos professores têm mais de 50 anos de idade.

Figel fez um apelo para que os países europeus incentivem mais jovens a ingressar na docência. Para o comissário, a atual crise econômica não deveria servir de pretexto para se economizarem verbas com educação.

SL/kna/dpa/ap
Revisão: Alexandre Schossler

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