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Projeto instala a "pedra do tropeço" de número 75 mil

29 de dezembro de 2019

Lançada nos anos 1990, iniciativa alcança marca histórica com pedra colocada em cidade bávara. "Stolpersteine" lembram vítimas do regime nazista e formam maior memorial descentralizado do mundo sobre o Holocausto.

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Deutschland Memmingen Verlegung 75 000. Stolperstein
Gunter Demnig, criador do projeto, com as pedras que lembram o casal RosenbaumFoto: picture-alliance/dpa/S. Puchner

O projeto das stolpersteine, os paralelepípedos cobertos com latão que lembram vítimas do regime nazista, instalou neste domingo (29/12), na cidade de Memmingen, no estado alemão da Baviera, a "pedra do tropeço" de número 75 mil.

Iniciado em 1996, o projeto das "pedras de tropeço" se tornou o maior memorial descentralizado do mundo, uma "escultura social" que envolve voluntários, estudantes, escolares e familiares de vítimas do Holocausto por todo o mundo e é financiado por doações.

A stolperstein número 75 mil é uma lembrança ao casal Benno e Martha Rosenbaum, dois judeus que tiveram o apartamento saqueado pelos nazistas durante a Noite dos Cristais em 1938. O casal fugiu da Alemanha e se instalou no Uruguai em 1941. Benno Rosenbaum cometeu suicídio três anos depois. De acordo com a associação local que encomendou a "pedra do tropeço”, Benno não suportou ter sido obrigado a abandonar sua cidade natal.

Deutschland Memmingen Verlegung 75 000. Stolperstein
Gunter Demnig ajusta as pedras. Mais de 1200 cidades alemãs instalaram esses pequenos memoriais Foto: picture-alliance/dpa/S. Puchner

Duas pedras em lembrança dos Rosenbaum foram colocadas hoje em frente à casa onde o casal morou em Memmingen pelo próprio criador do projeto, Gunter Demnig.  A cidade de Memmingen, na Baviera, já instalou cerca de cem dessas pedras desde 2014 para lembrar as vítimas do nazismo.

As stolpersteine são placas, geralmente de 10 por 10 centímetros, de concreto e cobertas de latão, feitas à mão. Nelas, são gravadas informações sobre cada vítima, normalmente com frases como "aqui viveu", "aqui nasceu" ou "aqui trabalhou".

Elas homenageiam as vítimas do regime de Hitler, tanto os assassinados em Auschwitz e outros campos de extermínio, como também os sobreviventes e os que escaparam, fugindo para territórios palestinos, EUA e outras partes.

A grande maioria homenageia vítimas judias, mas também existem placas para membros das etnias nômades sinti e roma, para dissidentes ou mortos dos programas de eutanásia em massa, assim como para os que os nazistas tachavam de "associais".

A primeira stolpersteine foi instalada em Berlim, onde há mais de 7 mil delas. Atualmente elas estão em mais de 1.200 cidades na Alemanha. Placas foram colocadas ainda em outros 24 países, incluindo Áustria, Bélgica, França, Grécia, Itália, Polônia e até na Argentina.

JPS/dw/dpa/ots

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