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Promotoria alemã apura se hackers causaram morte de paciente

18 de setembro de 2020

Ataque cibernético paralisou servidores de hospital de Düsseldorf e fez com que ambulâncias fossem desviadas para centros médicos mais distantes. Atraso no atendimento pode ter provocado morte de mulher de 78 anos.

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Deutschland Universitätsklinik Düsseldorf
Foto: picture-alliance/dpa/M. Becker

A promotoria do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália abriu nesta sexta-feira (18/09) um inquérito para apurar se um ataque hacker foi responsável pela morte de uma paciente de 78 anos. Os envolvidos na ação - que paralisou servidores de um hospital de Düsseldorf - podem ser denunciados por homicídio culposo.

Segundo as autoridades, o ataque ocorreu na última sexta-feira (11/09), na Clínica da Universidade de Düsseldorf. Na ocasião, todos os sistemas do hospital pararam de funcionar, provocando a paralisação de atendimentos e novas internações.

Os responsáveis pela universidade então receberam uma mensagem de um grupo de hackers. O texto pedia para que os responsáveis pela instituição entrassem em contato, para eventualmente abrir negociações para a devolução do acesso aos servidores. O texto não especificava uma soma.

No entanto, a mensagem parecia indicar que os hackers acreditavam que haviam invadido apenas os servidores da universidade, e não os do hospital ligado à instituição. A polícia respondeu a mensagem, apontando que os servidores do hospital é que haviam sido afetados, colocando pacientes em risco.

Os hackers acabaram devolvendo os dados necessários para os responsáveis pela clínica, permitindo que os computadores voltassem a funcionar.

Mas o colapso do sistema já havia afetado o funcionamento do centro médico. Várias ambulâncias tiveram que ser desviadas para outros hospitais, incluindo o veículo que transportava uma residente de Düsseldorf, em condição crítica não especificada.

Segundo as autoridades, a idosa teve que ser levada para um hospital da cidade vizinha de Wuppertal. O desvio fez com que ela só recebesse atendimento uma hora depois do que seria esperado se ela tivesse dado entrada no hospital de Düsseldorf. Ela morreu pouco depois.

As autoridades ainda esperam o resultado da autópsia para determinar se o atraso foi decisivo para a causa da morte.

Além de uma acusação por homicídio culposo, os hackers – que aparentemente ainda não foram identificados – também podem ter que responder por chantagem e roubo de dados.

Depois do episódio, a Clínica da Universidade de Düsseldorf reforçou a segurança dos seus servidores.

JPS/dpa/afp