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Putin usa tom conciliatório em discurso anual à nação

1 de dezembro de 2016

Presidente russo diz que seu país "jamais procurou ter inimigos" e reafirma disposição de colaborar com Donald Trump. Líder exalta recuperação econômica e combate à corrupção.

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Vladimir Putin
"Jamais buscamos inimigos. Precisamos, sim, de amigos", afirmou PutinFoto: Reuters/Sputnik/Kremlin/A. Druzhinin

O presidente russo, Vladimir Putin, adotou um tom conciliatório em seu pronunciamento anual sobre o Estado da Nação nesta quinta-feira (1º/12) no Kremlin, ao afirmar que seu país "jamais procurou ter inimigos".

"Não queremos confrontos com nenhuma parte. Isso não é necessário – nem para nós, nem para nossos parceiros ou para a comunidade internacional", disse.

No discurso transmitido ao vivo em rede nacional, o presidente também mencionou a futura relação com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, a recuperação da economia russa, o combate à corrupção no país, entre outros temas.

No momento em que a Rússia vive seu período mais tenso desde a Guerra Fria, em razão de seu papel na crise da Ucrânia e na guerra civil da Síria, Putin reforçou que "ao contrário de alguns de nossos colegas estrangeiros que veem a Rússia como um adversário, jamais procuramos inimigos. Precisamos, sim, de amigos". Porém, ele ressaltou que a Rússia não deve "permitir que seus interesses sejam infringidos".

Recuperação econômica e Trump

Putin exaltou a recuperação econômica de seu país após anos de recessão, afirmando que a economia deve recuar apenas 0,3% em 2016. No ano passado, segundo diversas estimativas, o recuo foi de cerca de 4%.

Os problemas econômicos russos são decorrentes mais de "assuntos domésticos", disse Putin, do que das sanções impostas à Rússia pelo Ocidente em consequência da interferência do país na Ucrânia.

O homem forte do Kremlin também reiterou a disposição de seu governo de trabalhar com Trump, que assumirá a Casa Branca em janeiro. "É importante normalizar e iniciar relações bilaterais numa base igualitária e mutuamente benéfica", disse.

"Temos a responsabilidade coletiva de assegurar a segurança e a estabilidade internacional", afirmou, acrescentando que uma ruptura nessa "paridade estratégica" seria "extremamente perigosa e poderia levar a uma catástrofe global".

Lições da história

Putin também exaltou o combate à corrupção em seu país, destacando que a campanha nacional anticorrupção levada a cabo pelas autoridades "exige responsabilidade e profissionalismo". "Não se trata de um show", disse.

Ele pediu que seu país permaneça unido para impedir quaisquer conflitos políticos internos que possam desestabilizar o Estado. "Vimos recentemente muitos países onde esse tipo de situação permitiu o surgimento de oportunistas, golpes de Estado e, finalmente, anarquia", disse. "O resultado em toda parte é sempre o mesmo: tragédias humanas e vítimas, decadência e ruína, desapontamento."

O presidente pediu que os cidadãos analisem a história turbulenta do país – incluindo a Revolução Bolchevique de 1917 – para tirar lições do passado, que ajudem a evitar um cenário semelhante na Rússia dos dias de hoje.

"Precisamos de lições de história, primeiramente para a reconciliação e o reforço da harmonia política, social e civil que alcançamos hoje", afirmou. "É inaceitável que nos atenhamos a disputas e rancores, ressentimentos e amarguras do passado na vida atual."

RC/dpa/afp