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Pyongyang desafia EUA e diz que manterá programa nuclear

7 de agosto de 2017

Em primeira reação à resolução aprovada pela ONU, Coreia do Norte afirma que sua soberania está sendo violada e ameaça americanos com represálias: "Tomaremos ação justa e decisiva."

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O foguete intercontinental testado em julho pela Coreia do Norte: regime mantém tom desafiador
O foguete intercontinental testado em julho pela Coreia do Norte: regime mantém tom desafiadorFoto: picture-alliance/dpa/KCNA via KNS

A Coreia do Norte condenou nesta segunda-feira (07/08) as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, advertiu que continuará desenvolvendo seu programa nuclear e ameaçou com represálias os Estados Unidos caso mantenham sua política "hostil" contra Pyongyang.

Em comunicado publicado pela agência estatal norte-coreana KCNA – a primeira reação do regime de Kim Jong-un às sanções aprovadas por unanimidade no sábado passado –, a Coreia do Norte afirmou que as novas medidas representam uma "violação agressiva da soberania" do país.

O texto ainda alerta que o governo em Washington, que encabeça a pressão internacional sobre Pyongyang, "pagará pelo crime que cometeu contra a nação e o povo" norte-coreano. "Tomaremos uma ação justa e decisiva, tal como já advertimos. Se os Estados Unidos acreditam que estão seguros porque há um oceano entre nós, estão redondamente enganados."

Em pronunciamento a repórteres nesta segunda-feira, um porta-voz do governo norte-coreano, Bang Kwang Hyuk, chegou a acusar os EUA de serem responsáveis pelo "agravamento da situação na península coreana, bem como pelas questões nucleares". 

As sanções da ONU foram também abordadas pelo ministro do Exterior do país, Ri Yong Ho, que participa do Fórum Regional da Asean, em Manila, nas Filipinas. No encontro, 27 ministros – incluindo ainda os da Coreia do Sul, da China, do Japão, da Rússia e dos Estados Unidos – estiveram reunidos para discutir questões de segurança na região.

"Não colocaremos, sob qualquer circunstância, as armas nucleares e os foguetes balísticos na mesa de negociações", alertou Ri Yong Ho. "Não sairemos um centímetro do caminho, escolhido por nós mesmos, de reforçar as forças nucleares, a menos que a política hostil e a ameaça nuclear dos EUA contra a Coreia do Norte sejam fundamentalmente eliminadas."

O ministro ainda afirmou que o regime em Pyongyang "não tem intenção de usar ou ameaçar com armas nucleares outro país além dos EUA, a menos que esse país se una à ação militar americana contra a Coreia do Norte".

Novas sanções

As sanções, aprovadas no fim de semana pelo Conselho de Segurança da ONU, reduzem em até 1 bilhão de dólares por ano o faturamento que a Coreia do Norte obtém com exportações – estimativas afirmam que elas chegam a 3 bilhões de dólares anuais.

Os 15 países do conselho adotaram por unanimidade uma resolução que aumenta a pressão internacional sobre o regime em Pyongyang com vetos a exportações e controles mais restritos.

Foi o sétimo conjunto de sanções das Nações Unidas desde que a Coreia do Norte executou seu primeiro teste nuclear, em 2006. A sua adoção ocorre depois dos primeiros testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir o território continental dos EUA, em 3 e 27 de julho.

O sucesso das novas sanções depende principalmente de elas serem implementadas pela China, que responde por 90% do comércio com o país vizinho. Tanto a China – principal aliada de Pyongyang – como a Rússia se declararam favoráveis ao diálogo com o regime norte-coreano.

Nesta segunda-feira, também em Manila, o ministro do Exterior chinês, Wang Yi, destacou que o governo em Pequim será resoluto na implantação das sanções. "A China certamente implementará a nova resolução 100%, completa e estritamente", afirmou o ministro a jornalistas. 

Na véspera, Wang já havia falado sobre as sanções, descrevendo-as como necessárias, mas ressalvando que elas não devem ser tratadas como objetivo final. "Nosso objetivo é trazer todas as partes envolvidas de volta à mesa de negociações, encontrando soluções por meio do diálogo para que possamos realizar a desnuclearização da península coreana", afirmou.

A adoção da resolução representa um grande êxito para os Estados Unidos, que conseguiram convencer a China e a Rússia a aumentar a pressão internacional sobre a Coreia do Norte, acusada de ser uma ameaça global.

EK/afp/ap/dpa/efe/lusa/dw