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Informalidade cresce

Agências (as)25 de fevereiro de 2009

Estudo mostra que a maioria dos cidadãos alemães não vê problema em contratar serviços sem nota fiscal. Informalidade movimenta mais de 230 bilhões de euros por ano na Alemanha.

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Trabalhadores de ofício lideram a lista de informaisFoto: dpa ZB - Fotoreport

Quase um terço das pessoas que vivem na Alemanha contrata serviços de trabalhadores informais, afirma um estudo divulgado esta semana em Berlim. Em média, elas gastam mil euros por ano e a preferência é por trabalhadores de ofício, como eletricistas ou encanadores (19%); serviços domésticos, como limpeza, compras e jardinagem (15,8%); e mecânica (13,7%).

Oito em cada dez entrevistados disseram não ver problema em contratar serviços sem nota fiscal e alegaram como principal motivo a sobrecarga de trabalho nos seus empregos, no cuidado de parentes necessitados ou nas ocupações domésticas.

A pesquisa foi feita pelo instituto TNS-Emnid a pedido do Instituto da Economia Alemã (IW), ligado ao setor empresarial. Foram ouvidas mil pessoas. As informações se referem ao ano de 2007.

Maioria dos domésticos é ilegal

Segundo o IW, a principal carência na Alemanha é por serviços domésticos. Entre os motivos estão o aumento da população de idosos e do número de mulheres com emprego.

"O trabalho doméstico ilegal continua sendo amplamente aceito pela população alemã", afirmou Karen Horn, do instituto IW em Berlim. Cerca de 95% dos 4,5 milhões de trabalhadores domésticos existentes no país trabalham sem nota fiscal, afirma o estudo.

Numa tentativa de combater o trabalho informal, o governo alemão tornou mais fácil, desde o início de 2009, o abatimento de gastos com serviços domésticos do imposto de renda. Como as informações da pesquisa se referem a 2007, não é possível saber se as novas regras ajudaram a combater a informalidade.

Prejuízos à economia

De acordo com o IW, os altos índices de informalidade se devem principalmente àqueles que se oferecem para trabalhar sem nota fiscal. Um em cada cinco entrevistados disse ter trabalhado de forma ilegal em 2007 – em média, 6 horas e meia por semana, recebendo 10 euros por hora. "O típico trabalhador informal é homem, tem menos de 30 anos e renda mensal líquida inferior a 1.500 euros", disse Horn.

O IW calcula que a informalidade movimente anualmente mais de 230 bilhões de euros na Alemanha. O cálculo inclui 150 bilhões de euros em honorários e 80 bilhões de euros em materiais não tributados, disse Nicola Hülskampf, uma das autoras do estudo.

Para Dominik Ernste, também do IW, o trabalho informal ganhou uma dimensão muito grande na Alemanha. "Estamos falando de cerca de 8% do Produto Interno Bruto que passam ao largo dos cálculos oficiais", avaliou. De acordo com Horn, se a política adotasse as medidas adequadas, até 60% do volume de trabalho desse setor poderia ser legalizado e pelo menos 300 mil postos de trabalho poderiam ser gerados.