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Rússia alerta para fracasso do cessar-fogo na Síria

17 de setembro de 2016

Militares russos afirmam que situação piorou nas últimas horas e acusam rebeldes de violar trégua. Putin cobra transparência dos EUA e diz que americanos não conseguem separar terroristas da oposição moderada.

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Socorrista carrega menina ferida durante ataque em Maaret al-Numan, apesar do cessar-fogoFoto: Reuters/K. Ashawi

Militares russos disseram neste sábado (17/09) que a situação na Síria, onde desde a última segunda-feira vigora um cessar-fogo, está piorando. Eles acusaram os rebeldes de violar a trégua e afirmaram que um fracasso do acordo para baixar armas será de inteira responsabilidade dos Estados Unidos. "A situação na Síria se deteriorou, o que é sobretudo visível nas províncias de Aleppo e de Hama", disse o chefe do centro de coordenação russo na Síria, Vladimir Savchenko.

O general Viktor Poznikhir disse que a Rússia está fazendo "todo o possível" para impedir as tropas governamentais de retornar aos combates e que, se os Estados Unidos não cumprirem com as suas obrigações, serão responsáveis pelo fracasso do cessar-fogo. Enquanto os Estados Unidos apoiam os grupos rebeldes moderados que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad, a Rússia apoia o regime sírio.

O acordo de cessar-fogo na Síria entrou em vigor na segunda-feira, com previsão para durar sete dias. A trégua é a segunda acordada este ano entre Moscou e Washington e tenta pôr fim aos cinco anos de guerra civil no país do Oriente Médio. De modo geral, ela está sendo mantida, apesar de ambos os lados terem reportado violações. Militares russos afirmaram neste sábado que os rebeldes violaram o cessar-fogo 55 vezes nas últimas 24 horas. Nesta sexta-feira, tanto EUA como Rússia haviam concordado em estender o cessar-fogo.

Separar rebeldes de terroristas

O presidente Vladimir Putin disse, também neste sábado, que a Rússia está cumprindo sua parte no acordo de cessar-fogo para a Síria, mas afirmou que grupos terroristas estão usando a trégua para se reagrupar. "O que estamos vendo não é a separação dos terroristas da assim chamada parte saudável da oposição, mas uma tentativa desses terroristas de se reagrupar, de trocar um nome pelo outro e assim manter sua capacidade militar", afirmou Putin em Biskek, capital do Quirguistão.

Para ele, os Estados Unidos não conseguem separar os terroristas dos rebeldes moderados (que os americanos apoiam), e isso se dá porque Washington, aparentemente, "tem o desejo de manter as condições de combater o governo legítimo" de Assad. "Esse é um caminho muito perigoso", acrescentou o líder russo.

Ele também acusou os Estados Unidos de não quererem divulgar os detalhes do acordo alcançado em 9 de setembro entre Washington e Moscou, o que levou ao cancelamento de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, na qual o órgão avalizaria o pacto, nesta sexta-feira. "Eles não querem torná-lo público porque aí a comunidade internacional vai ver quem de fato não está cumprindo o quê", disse Putin.

Os Estados Unidos estão tendo dificuldades para convencer os grupos rebeldes moderados de se afastar da antiga Frente al-Nusra, que em julho rompeu formalmente com a Al Qaeda e trocou seu nome para Frente Fateh al-Sham (Frente para a Conquista do Levante). Esse grupo, considerado terrorista tanto pelos EUA como pela Rússia, luta ao lado de rebeldes moderados em áreas controladas por estes.

AS/lusa/ap/afp/rtr