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Rússia envia mísseis para exclave no Báltico

7 de fevereiro de 2018

Lituânia vê ameaça na presença de arsenal, que é capaz de transportar ogivas nucleares, em Kaliningrado. Kremlin argumenta ter direito soberano de enviar armamentos para qualquer parte de seu território.

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Míssil russo Iskander, capaz de transportar ogivas nucleares
Míssil russo Iskander, capaz de transportar ogivas nuclearesFoto: picture alliance/dpa/Y. Smityuk

Após denúncia da Lituânia, que acusou a Rússia de instalar de modo permanente mísseis capazes de transportar ogivas nucleares no exclave de Kaliningrado, no Mar Báltico, Moscou reiterou nesta terça-feira (06/02) que tem o direito de enviar armamentos a qualquer parte de seu território, dizendo se tratar de uma questão de soberania.

Nesta segunda-feira, a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, afirmara, após visita às tropas da Otan na cidade lituana de Rukla, que mísseis Iskander estão sendo posicionados em Kaliningrado de forma permanente. Ela disse se tratar de uma ameaça a seu país e a outros membros da Otan na região, como a Polônia, Letônia e Estônia, mas também à metade do continente europeu. Kaliningrado faz fronteira com a Polônia e a Lituânia.

Leia também: Líderes internacionais condenam "revisão nuclear" dos EUA

O presidente do Comitê de Defesa do Parlamento russo, Vladimir Shamanov, confirmou a instalação dos mísseis, afirmando se tratar de uma resposta ao reforço dos contingentes da Otan próximo às fronteiras da Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o envio de armamentos e unidades militares dentro do território russo é uma questão de soberania da Federação Russa.

"A Rússia jamais ameaçou e não está ameaçando ninguém. Naturalmente, a Rússia tem esse direito soberano. Não deveria ser motivo de preocupação para ninguém", disse Peskov.

Apesar das palavras do porta-voz, o envio dos armamentos a uma região próxima dos territórios dos países-membros da Otan é visto como uma ameaça, numa época em que as tensões permanecem altas entre Moscou e os países da região após a anexação da península da Crimeia pela Rússia, em 2014.

O ministro do Exterior da Letônia, Edgars Rinkevics, disse que o envio de armamentos a Kaliningrado deu novo impulso às conversações sobre aumentar as capacidades da aliança militar. "Isso significa que tudo o que conversávamos na conferência da Otan em julho – a necessidade de reforçar a defesa aérea, a cadeia de comando e muitas questões sobre a defesa de nossa região – se confirmou pelas ações práticas da Rússia", observou.

O Kremlin alertou em diversas ocasiões que enviaria os mísseis Iskander ao enclave no Báltico em resposta à instalação de sistemas americanos antimísseis no Leste Europeu. Os Estados Unidos afirmam que os equipamentos antimísseis têm como objetivo evitar possíveis ataques iranianos, mas, segundo Moscou, eles estariam apontados para seu território.

No ano passado, a Otan colocou quatro batalhões multinacionais na Polônia e nos países bálticos, numa medida que chamou de preventiva.

RC/rtr/ap/lusa

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