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Reator de Greifswald utiliza princípio nuclear do Sol

av18 de abril de 2004

A fusão nuclear se anuncia como a sucessora mais limpa, mais econômica e racional da energia atômica convencional. Um protótipo de reator está sendo construído no Leste da Alemanha.

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Cientistas de Greifswald participam de projeto internacionalFoto: dpa zb

No Instituto Max Planck de Física do Plasma (IPP) de Greifswald, na costa da Pomerânia Ocidental, está sendo construído o reator Wendelstein 7-X. Ele faz parte do maior programa de pesquisa da fusão nuclear do mundo, o Reator Termonuclear Experimental Internacional (Iter). Iniciado em 1988, o projeto de quatro bilhões de euros envolve cientistas europeus, japoneses, russos e norte-americanos.

À medida que o mundo reconhece os perigos e seqüelas da energia atômica convencional (produzida por fissão nuclear) e a abandona gradualmente, a fusão nuclear ganha em importância, como eventual resposta a todos os problemas energéticos. Trata-se da forma como o Sol produz energia.

Unindo ao invés de dividir

Como o nome revela, na fusão os núcleos não são "partidos", mas "esmagados", fundindo-se para formar núcleos maiores. O processo, que só ocorre sob grande pressão e a temperaturas de vários milhões de graus centígrados, libera quantidades imensas de energia.

Fusionsforschung in Greifswald
Foto: dpa zb

O Iter promete realizar um dos grandes sonhos da física contemporânea: um reator que produza mais eletricidade do que consome na produção do plasma de fusão. No momento ainda se negocia o local onde será construído, se França ou Japão. A Alemanha não se candidatou, embora Greifswald-Lubmin ofereça condições ideais.

As vantagens da fusão nuclear como forma de produção energética são eloqüentes: o combustível (deutério – ou hidrogênio pesado – e lítio) é praticamente inesgotável e sua disponibilidade ilimitada (não causará dependências geográficas, como no caso do petróleo).

Tampouco há emissão de gases causadores do efeito estufa ou a possibilidade de uma reação em cadeia que possa escapar do controle. Em comparação à fissão, a fusão resulta em lixo atômico menos abundante e com um período de meia-vida mais breve. Além disso, a técnica desenvolvida não se presta, em princípio, para a produção de armamentos atômicos.

Um sonho caro

No momento, os reatores de fusão não passam de visões do futuro. Sua pesquisa iniciou-se em já 1960, sendo a ex-União Soviética o primeiro país a provocar uma fusão controlada, no Tokamak 3, em 1970. Especialistas calculam que só por volta do ano 2050 se poderá contar com a construção comercial desse tipo de reatores.

O Wendelstein 7-X é um primeiro passo nessa direção, devendo ser posto em funcionamento em 2010. O projeto custa 300 milhões de euros, 80% dos quais serão financiados pela União Européia e pelo governo alemão. O Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental arcará com o restante dos custos.