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Rebelo critica "campanha" contra Copa e diz que evento "se autoprotege"

Ericka de Sá, de Brasília13 de março de 2014

Ministro do Esporte promete que Brasil vai realizar Mundial "mais seguro do mundo" e afirma que governo e Fifa vão "cercar o país" para reduzir a exposição de atletas, profissionais e visitantes.

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Foto: picture-alliance/dpa

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse nesta quinta-feira (13/03) que há uma "campanha" contra a Copa e responsabilizou "setores desesperados" da sociedade e parte da imprensa por isso. Porém, garantiu que o Brasil vai realizar o Mundial "mais seguro do mundo".

Em entrevista à imprensa estrangeira em Brasília, Rebelo afirmou ainda que não há razões para temer ataques violentos durante o Mundial – o Brasil destinou quase 2 bilhões de reais ao orçamento de segurança para a Copa de 2014.

"Não há um palmo da nossa fronteira reivindicado por ninguém, não somos um país que faz guerra de agressão, nossa população é miscigenada, então não vejo como o Brasil possa estar exposto a esses riscos", disse Rebelo, ao lembrar de episódios como a tragédia envolvendo a delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e a explosão de uma bomba em 1996, em Atlanta.

Segundo o ministro, governo e Fifa fazem esforços para "cercar" o país dos "instrumentos necessários" para reduzir a exposição de atletas, torcedores, cidadãos e profissionais a possíveis riscos. Os crimes de rua, admitiu, também preocupam o governo.

"Infelizmente, no Brasil, é uma estatística preocupante, mas todo o setor de segurança está equipado para isso", afirmou o ministro, ao se referir à experiência com segurança na Copa das Confederações, considerada bem-sucedida.

Medidas contra violência

Rebelo também descartou que as manifestações que venham a ocorrer influenciem o andamento dos jogos do Mundial. "A Copa é muito forte, ela se autoprotege", disse. "A grande manifestação será de celebração da Copa."

Uma pesquisa divulgada no último mês pelo instituto Datafolha mostrou que 42% da população é contra as manifestações. No caso de protestos durante a Copa, 63% disseram que são contrários, enquanto 32% apoiam os atos.

Rebelo ainda questionou alguns setores da sociedade por não verem o legado positivo que a Copa deixará para o Brasil. "Não estou me referindo ao necessário exercício da crítica, que é uma das missões da imprensa", explicou Rebelo.

O ministro do Esporte reforçou o posicionamento oficial do governo de que protestar é um direito constitucional, mas atos de violência não serão tolerados.

"Há uma preocupação dos governos com a utilização de máscaras para fins de depredação, é isso que está sendo discutido", disse, ao mencionar a elaboração de um novo projeto de lei do governo para regulamentar a segurança durante as manifestações.

A proposta – que deve ser apresentada nas próximas semanas ao Congresso – é de responsabilidade do Ministério da Justiça, que vai iniciar um período de consultas a parlamentares, juristas e líderes de movimentos sociais para formular o texto da lei.

"É necessário construir um projeto equilibrado, que garanta a liberdade de manifestação e puna com rigor os atos de violência", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em nota oficial.

Na mesma linha, está em tramitação no Congresso um projeto de lei que proíbe o uso de máscara e capuz em local público. O texto prevê exceções, incluindo situações de "manifestação popular pacífica", mas, nesses casos, a autoridade policial poderá exigir a identificação do cidadão, no caso de ele ser suspeito de estar encobrindo o rosto para praticar crime.