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Recontagem confirma vitória de Biden na Geórgia

20 de novembro de 2020

Vantagem do democrata cai de 14 mil para 12 mil votos, mas resultado final é o mesmo: ele venceu no estado, que deve oficializar números. Trump ainda pode pedir nova recontagem.

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Pessoa contando votos usando máscara de proteção
Lei eleitoral do estado permite que a campanha do presidente peça nova recontagem, desta vez, mecânicaFoto: Stefen Schaefer/ZUMA Wire/imago images

As autoridades eleitorais da Geórgia confirmaram nesta quinta-feira (19/11) a vitória do democrata Joe Biden no estado após completarem a recontagem manual de votos.

Biden obteve 2.475.141 votos (49,5%) à frente do presidente americano, Donald Trump, com 2.462.857 (49,3%), de acordo com a Secretaria de Estado da Geórgia, autoridade eleitoral do estado.

A recontagem na Geórgia, determinada após resultados não oficiais mostrarem Biden vencendo Trump por cerca de 14 mil votos, terminou com Biden vencendo por 12.284, segundo as autoridades eleitorais do estado, que devem certificar a vitória nesta sexta-feira.

Biden tornou-se assim o primeiro democrata a vencer na Geórgia desde Bill Clinton, em 1992.

O secretário de Estado divulgou a contagem depois de um tribunal federal de Atlanta, capital da Geórgia, rejeitar mais uma ação movida pela campanha de Trump, visando atrasar a certificação (oficialização) dos resultados.

Assim, espera-se que a Geórgia oficialize esses resultados nesta sexta-feira, o que confirmará a designação de seus 16 delegados do Colégio Eleitoral para Biden.

Como a diferença de votos é inferior a 0,5% na Geórgia, a lei eleitoral do estado permite que a campanha de Trump solicite até a próxima terça-feira uma nova recontagem, desta vez mecânica.

No total do país, o democrata obteve 306 delegados, muito acima dos 270 necessários para se eleger presidente, enquanto Trump conseguiu 232.

Acusações infundadas

Trump reclamou repetidamente da recontagem manual na Geórgia, fazendo acusações sem provas e criticando o secretário de Estado, a mais alta autoridade eleitoral local, o republicano Brad Raffensperger, que recebeu ameaças de morte. "A falsa contagem que está acontecendo na Geórgia não significa nada, porque eles não permitem que as assinaturas sejam examinadas e verificadas", alegou o presidente esta semana através do Twitter.

Nesta quinta-feira, após realizar uma videoconferência bipartidária sobre a pandemia de coronavírus com dez governadores americanos, Biden chamou a tentativa de Trump de reverter os resultados da eleição presidencial de "totalmente irresponsável".

"Isso envia uma mensagem horrível sobre quem somos como país", disse o presidente eleito, chamando Trump de "um dos mais irresponsáveis presidentes da história americana", devido à recusa em iniciar os preparativos para a transição de poder.

Embora juristas vejam o último esforço de Trump como algo improvável de ser bem-sucedido, eles dizem que a estratégia é um assalto sem precedentes às instituições democráticas do país por um presidente.

A campanha de Trump já pediu a um juiz na Pensilvânia, onde Biden venceu por 82 mil votos, para declarar Trump o vencedor no estado e permitir que a câmara local, controlada pelos republicanos, escolha os 20 delegados do estado para o Colégio Eleitoral.

Tinta de cabelo no rosto

Vários escritórios de advocacia proeminentes abandonaram os recursos legais da campanha, deixando o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, na liderança dos esforços.

Giuliani disse que planeja abrir mais processos judiciais e que os democratas estão envolvidos numa "conspiração nacional" para manipular os totais de votos, embora ele tenha admitido não ter nenhuma evidência da acusação. Outros membros de sua equipe jurídica lançaram uma teoria envolvendo a Venezuela e George Soros.

A performance agitada de Giuliani, com tinta de cabelo escorrendo pelo seu rosto, foi amplamente ridicularizada pelos democratas. Outros expressaram alarme. "Aquela entrevista para a imprensa foi a mais perigosa 1 hora e 45 minutos de televisão na história americana", tuitou Christopher Krebs, que chefiou a agência de cibersegurança dos EUA, liderando os esforços para combater a desinformação das eleições, até ser demitido por Trump no início desta semana.

MD/efe/rtr