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Opel

31 de maio de 2009

Diante do esperado anúncio de concordata da General Motors e da entrada da Magna na Opel, governos e sindicatos de países com subsidiárias da GM na Europa se engajam pela manutenção de postos de trabalho.

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Acordo da Opel preocupa outras marcas europeiasFoto: dpa

O pacote bilionário do governo alemão para ajudar a montadora automobilística Opel está pronto para ser aplicado. Em reunião em Berlim neste domingo (31/05), as comissões orçamentárias dos estados de Hessen e Renânia do Norte-Vestfália confirmaram sua participação nas garantias estatais que totalizam 1,5 bilhão de euros.

Neste final de semana, a direção da General Motors (GM), matriz norte-americana das marcas europeias Opel, Saab e Vauxhall, também reuniu-se em sua sede em Detroit para definir o esperado pedido de insolvência da renomada empresa.

Na segunda-feira, o presidente-executivo da montadora, Fritz Henderson, irá se manifestar sobre o encontro. Observadores acreditam que a insolvência da GM será então anunciada pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

Além de diminuir sua participação na marca alemã Opel e na Vauxhall britânica, o plano de reestruturação da GM inclui desligar-se da subsidiária sueca Saab. O governo norte-americano deverá apoiar o plano com 50 bilhões de dólares. Obama declarou, todavia, que essa ajuda estatal não deverá fluir para a Europa.

Participação estatal

USA Wirtschaft GM General Motors Konzernchef Fritz Henderson in Washington
Henderson deverá anunciar insolvênciaFoto: AP

A reunião em Detroit serviu para discutir o futuro da empresa após o ultimato estabelecido por Barack Obama para a apresentação de um pedido de insolvência e um plano de reestruturação, que vence na segunda-feira. O plano de insolvência prevê uma parcela de participação estatal norte-americana de mais de 70% na GM, ou seja, a empresa será praticamente estatizada.

Obama declarou em entrevista que preferiria que se passasse sem a participação estatal. Isso significaria, todavia, a falência de uma importante instituição da economia norte-americana, não sendo assim uma alternativa, afirmou.

As dívidas da GM somam cerca de 27 bilhões de dólares. A companhia emprega, hoje, 235 mil trabalhadores em todo o mundo, número que deverá ser reduzido para menos de 200 mil.

Preocupação sueca

Após o desmembramento da Opel da matriz General Motors, decidido no último sábado em Berlim, o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, afirmou ver grave ameaça à subsistência da montadora sueca Saab, também pertencente à GM. Neste domingo, ele declarou que a incorporação isolada da subsidiária alemã da GM representaria uma "situação de extremo perigo" para a Saab.

A Saab possui 4 mil empregados e está sendo conduzida, desde fevereiro último, por um administrador de insolvência. O governo sueco recusou-se até o momento a prestar ajuda estatal à empresa que trabalha há anos em déficit.

Segundo informações da Saab, dois ou três investidores estariam interessados em sua compra. Acredita-se que entre esses estão a montadora Fiat italiana, o investidor financeiro norte-americano Ripplewood e montadora chinesa Geely.

Temores belgas

Após o acordo em torno de um pacote de resgate para a Opel, as unidades da GM na Bélgica e no Reino Unido temem por seus postos de trabalho. No sábado, o governo da região de Flandres reiterou sua disposição de oferecer garantias para evitar um fechamento da fábrica da Opel na Antuérpia.

Segundo o governador Kris Peeters, na próxima semana o futuro dessa unidade será discutido com a fabricante de autopeças Magna e com o governo alemão. Peeters afirmou que seu governo teria feito uma oferta de participação de 500 milhões de euros para que se encontre uma solução. Cerca de 2,5 mil pessoas trabalham na fábrica da Opel na Antuérpia.

Medo britânico

O secretário-geral do sindicato britânico Unite, Derek Simpson, exigiu do governo de seu país um maior engajamento para a manutenção dos postos de trabalho nas duas unidades da Vauxhall, montadora britânica que faz parte da GM Europa.

Enquanto os alemães teriam exercido o papel principal nas negociações para a salvação de boa parte da GM europeia, os britânicos teriam sido somente espectadores, afirmou Simpson, acrescendo que a garantia para as unidades alemãs seria um motivo de preocupação para todas as outras.

O ministro britânico da Economia, Peter Mandelson, anunciou que procuraria rapidamente junto à Magna a confirmação de que não haverá cortes de pessoal na Vauxhall. Os sindicatos britânicos criticam, todavia, que Mandelson não teria se engajado suficientemente nas negociações sobre a subsidiária da GM.

A Vauxhall ocupa no Reino Unido quase 4,7 mil trabalhadores, a maioria nas unidades de Ellesmere Port e Luton. Para a salvação das unidades, o governo britânico não descarta mais a ajuda estatal. Pela primeira vez em mais de dez anos, o número de desempregados no país passou de 2 milhões. Calcula-se que até o fim do ano, esse número alcance os 3 milhões.

CA/dpa/reuters/afp/ap
Revisão: Augusto Valente