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Relatório de impeachment acusa Trump de abuso de poder

3 de dezembro de 2019

Comitê da Câmara diz que são contundentes as provas de improbidade e obstrução por parte do presidente americano. Documento conclui que ele solicitou interferência de um governo estrangeiro para beneficiar sua reeleição.

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Presidente dos EUA, Donald Trump
Trump nega as acusações contra ele e vem chamando as investigações de "caça às bruxas"Foto: picture-alliance/empics/S. Kilpatrick

O Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos entregou nesta terça-feira (03/12) seu relatório final do processo que pede o impeachment do presidente Donald Trump, acusado de abusar de seu cargo ao solicitar interferência estrangeira nas eleições de 2020.

Trump é acusado de condicionar o envio de ajuda militar à Ucrânia e o agendamento de uma visita do presidente Volodimir Zelenski à Casa Branca à obtenção de informações prejudiciais ao ex-vice-presidente americano Joe Biden, favorito à nomeação do Partido Democrata para disputar as eleições presidenciais do próximo ano.

O relatório do comitê liderado pela oposição democrata, que conduz o inquérito de impeachment iniciado no mês de setembro, acusa ainda Trump de obstruir a investigação e de cometer improbidade no exercício do cargo.

"As provas da má conduta do presidente são contundentes, assim como as provas de sua obstrução ao Congresso", diz o relatório redigido pelo presidente do Comitê de Inteligência, Adam Schiff. Por si só, a acusação de obstrução já seria suficiente para servir de base a um processo de impeachment.

"O inquérito de impeachment conclui que o presidente Trump, pessoalmente e através da ação de agentes dentro e fora do governo americano, solicitou a interferência de um governo estrangeiro, a Ucrânia, para beneficiar sua reeleição", afirma o texto.

O relatório sintetiza informações obtidas em semanas de depoimentos de autoridades do próprio governo envolvidas no caso, que acusam o presidente e aliados de pressionarem o governo da Ucrânia a abrir uma investigação sobre Biden e sobre o envolvimento de seu filho, Hunter Biden, em atividades suspeitas no país do Leste Europeu.

"O presidente colocou seus interesses pessoais acima dos interesses dos Estados Unidos, tentou minar a integridade do processo eleitoral para a presidência dos EUA e colocou em perigo a segurança nacional", afirma o relatório de 300 páginas.

"Ficamos estarrecidos com o fato de que a má conduta do presidente não foi uma ocorrência isolada, tampouco teria sido o produto de um presidente ingênuo", diz o documento, que acusa Trump de ter exercido pressão sobre a Ucrânia durante meses.

A porta-voz da Casa Branca Stephanie Grisham minimizou o conteúdo do documento, afirmando que ele "fracassou em produzir quaisquer provas de irregularidade". Ela diz que o relatório se assemelha a "divagações de um blogueiro em algum porão se esforçando para provar algo, quando não há prova de nada".

O conteúdo do relatório deve ser votado pelos membros do Comitê de Inteligência ainda nesta terça-feira, sendo então encaminhado para o Comitê Judiciário da Câmara, que começará a avaliar o texto em seguida.

Se esse segundo painel elaborar e aprovar acusações contra o presidente, o plenário da Câmara votará para decidir se deve dar luz verde à audiência de impeachment a ser realizada no Senado, em que os republicanos têm maioria. São necessários os votos de dois terços dos senadores para condenar o presidente e removê-lo do cargo.

RC/rtr/dpa/afp

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