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Reprovação a Bolsonaro na gestão da pandemia bate recorde

17 de março de 2021

Segundo Datafolha, 54% consideram desempenho do presidente na crise sanitária ruim ou péssimo. Ao mesmo tempo, 22% aprovam a gestão, e cifra chega a 38% entre empresários.

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Jair Bolsonaro tira a máscara
Ao longo da pandemia, Bolsonaro minimizou frequentemente os riscos do coronavírusFoto: Eraldo Peres/AP Photo/picture alliance

A desaprovação à gestão da pandemia de covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro atingiu seu maior nível, com 54% dos brasileiros classificando o desempenho dele como ruim ou péssimo, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira (16/03).

A reprovação ao trabalho do presidente aumentou seis pontos percentuais em relação aos 48% registrados no levantamento anterior, realizado entre 20 e 21 de janeiro. Desta vez, a pesquisa foi feita entre 15 e 16 de março, em meio à terceira troca no comando do Ministério da Saúde desde o início da pandemia e recordes de mortes por covid-19.

Os dez dias com mais mortes diárias desde o início da epidemia foram todos no mês de março. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta terça que o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". A instituição apurou que 24 estados e o Distrito Federal estão com mais de 80% dos leitos de UTIs do SUS ocupados. A disseminação do vírus de forma descontrolada levou especialistas a afirmarem que o Brasil se tornou uma ameaça para a humanidade.

Apesar desse cenário, cerca de um quinto dos ouvidos pelo Datafolha ainda se disse satisfeito, ou seja, acha que a gestão da crise sanitária por Bolsonaro boa ou ótima, mas o percentual caiu de 26% em janeiro para 22%. O índice daqueles que consideram o desempenho do presidente regular ficou praticamente estável, passando de 25% para 24%.

A rejeição ao trabalho do presidente na pandemia é particularmente alta ente quem tem ensino superior (65%), entre pretos (61%), entre funcionários públicos (60%) e entre mulheres (58%).

Boletim de Notícias (17/03/21)

A aprovação, por sua vez, é particularmente alta entre empresários (38%), moradores do Centro-Oeste e do Norte (29%), evangélicos (27%) e pessoas entre 45 e 59 anos (27%).

O segundo pior índice de desaprovação ao trabalho do presidente na pandemia havia sido registrado no fim de maio, quando 50% o avaliaram como ruim ou péssimo. Já a mais alta aprovação obtida por Bolsonaro foi em meados de abril, com 36% considerando seu desempenho ótimo ou bom.

Principal culpado pela situação atual

Após um ano da chegada ao Brasil da covid-19, que já matou mais de 280 mil pessoas no país, 43% consideram o presidente o principal culpado pela grave situação atual da epidemia no país. Ao mesmo tempo, 38% consideram que os governadores são quem está combatendo melhor a crise sanitária.

Ao longo da pandemia, Bolsonaro minimizou frequentemente os riscos do coronavírus, além de promover curas sem eficácia e tentar sabotar iniciativas paralelas de vacinação e combate à doença lançadas por governadores em resposta à inércia do seu governo na área.

Em relação ao governo Bolsonaro como um todo, 44% o consideram ruim ou péssimo, ante 40% em janeiro; e 30% o consideram ótimo ou bom, ante 31% no início do ano.

Segundo o levantamento, para 75% dos que rejeitam a condução da crise sanitária por Bolsonaro, seu governo como um todo é visto como ruim ou péssimo. Entre os que aprovam o governo do presidente, por sua vez, 89% consideram seu trabalho na saúde ótimo ou bom.

O Datafolha ouviu 2.023 pessoas por telefone. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

lf/as (ots)