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O longo adeus

18 de março de 2010

Grupo alemão lança "último álbum" e se despede com uma turnê percorrendo os cinco continentes e com fim agendado para 2012.

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Matthias Jabs, Klaus Meine e Rudolf Schenker, no lançamento da turnêFoto: AP

Com Wind of Change, os Scorpions assobiaram o hino da queda do Muro de Berlim, foram convidados por Mikhail Gorbatchov para tocar no Kremlin, deram espaço nos anos 80 para um jovem desconhecido chamado Bon Jovi e magnetizaram os brasileiros com sua apresentação histórica no Rock in Rio.

Os rapazes de Hannover são tidos como a banda alemã de maior sucesso internacional de todos os tempos, acumulando mais fãs que Alphaville, Nena e Rammstein juntos.

Entretanto, depois de 45 anos e mais de 100 milhões de discos vendidos, o fim se aproxima. Nesta sexta (19/03) os Scorpions lançam Sting In The Tail, que chamam de o "derradeiro álbum" da banda, e zarpam para a "turnê de despedida"– a exemplo das bandas a-ha e Simply Red –, iniciada nesta semana com um show em Praga para cerca de 8 mil pessoas.

Brasil, em setembro

"Não queremos esperar até que um dia caiamos do palco", afirma o vocalista Klaus Meine, de 61 anos, prometendo um adeus de "classe e estilo", sem descartar futuros projetos solo por parte dos músicos. O tour pelo mundo, batizado Get Your Sting and Blackout, passará pelos cinco continentes, incluindo o Brasil em setembro, e está programado para acabar somente em 2012.

Até o último rife de guitarra e até a última "pirâmide do Scorpions" (quando o Meine fica em pé na coxa de seus guitarristas) ainda levará dois anos e meio, o tempo que deve durar o giro mundial da banda. Tempo suficiente para executar algumas dezenas de vezes sucessos como Still Loving You, Send Me An Angel e Rock You Like A Hurricane.

Flash-Galerie Deutsche Bands Weltrang Scorpions
Roqueiros de Hannover são a banda alemã de maior sucesso internacional da históriaFoto: AP

Para fãs do bom e velho hard rock

O novo álbum é para os fãs que apreciam o bom e velho hard rock. Mas também há baladas para se acompanhar balançando isqueiros acesos. A soprano finlandesa Tarja Turunen é convidada especial na faixa The Good Die Young , o novo single da banda.

Assim, como Meine, o guitarrista Rudolf Schenker tem 61 anos e ambos pertencem a uma geração influenciada por Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones. Schenker fundou a banda em 1965, na pequena cidade de Sarstedt, nos arredores de Hannover, e Meine entrou no grupo mais tarde. As letras, todas em inglês, com algumas exceções, permitiram que o grupo realizasse o sonho de uma carreira internacional. O primeiro álbum, Lonesome Crow, foi lançado em 1972, e em 1976 os Scorpions já ganhavam um disco de ouro no Japão.

Ofuscados pelo grunge nos anos 90

Desde 1982, todos os discos da banda ganharam ouro nos EUA, segundo o Rock-Lexikon, dicionário alemão do rock na internet. A formação sofreu algumas transformações. O cantor Meine teve problemas com as cordas vocais no começo dos 80. E a segunda metade dos anos 90 foi espinhosa para os Scorpions, ofuscados pelo movimento grunge. Além disso, os fãs não gostaram muito do disco Eye II Eye.

Mas a banda venceu os desafios do tempo. "Os momentos que não foram muito bons podem ser contados nos dedos de uma mão", afirma o guitarrista Matthias Jabs.

Rock in Rio e Kremlin foram pontos altos

Os Scorpions tiveram uma carreira salpicada de momentos marcantes. O Rock in Rio, a apresentação no Madison Square Garden em Nova York, o espetáculo The Wall em Berlim ou o hino oficial para a Expo 2000 (Moment of Glory) de Hannover. Eles escreveram história no final da Guerra Fria em 1991. Schenker ainda se lembra quando eles entraram de limusine e com escolta pelo portão 13 do Kremlin, onde eram esperados por Gorbatchov e pela imprensa do mundo todo.

Hoje, os Scorpions são um bom exemplo da força que ainda tem o rock clássico e como as apresentações ao vivo continuam sendo fundamentais em tempos de música digital. Eles pretendem fazer de 60 a 70 shows por ano. "Queremos dar todo o gás para os nossos fãs e arrebentar com toda a força", diz Meine. "Queremos parar com um final feliz", conclui Schenker.

MD/dpa

Revisão: Carlos Albuquerque