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Rússia aprova Sputnik Light, versão em dose única da vacina

6 de maio de 2021

Fundo afirma que imunizante tem eficácia de 79,4% no combate à covid-19, um pouco menos que os 91,6% da versão original, aplicada em duas doses. Testes em humanos ainda estão em andamento.

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Ampola da vacina. Em frente, desfocada, algumas seringas. Atrás, desfocada, uma caixa do imunizante.
Estudos em humanos da Sputnik Light ainda estão em andamentoFoto: Dmitry Rogulin/ITAR-TASS/imago images

A Rússia aprovou nesta quinta-feira (06/05) a Sputnik Light, versão em uma dose de sua vacina mais famosa contra a covid-19, anunciou o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês), que financia o desenvolvimento do imunizante.

Em janeiro, o país iniciou os testes da Sputnik Light em humanos, mas os estudos ainda estão em andamento, de acordo com registros oficiais.

Segundo o RDIF, a Sputnik Light, que é idêntica à primeira dose da Sputnik V, tem eficácia de 79,4% no combate à covid-19, ou seja, um pouco menos que os 91,6% da versão original, aplicada em duas doses. Além disso, o efeito protetor da versão light deve durar menos tempo do que o da original.

A justificativa das autoridades russas para aprovar a versão light é que ela poderia acelerar a obtenção da chamada "imunidade de rebanho". A maioria dos cientistas acredita que pelo menos 70% da população precisa ser vacina para alcançar a imunidade coletiva.

A Sputnik Light é a quarta vacina contra covid-19 desenvolvida internamente e aprovada na Rússia.

"É bom saber que esta gama de ferramentas [contra a covid-19] está se expandindo", disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira.

A Rússia enfrentou críticas no ano passado por autorizar a Sputnik V antes mesmo do início dos testes avançados e por oferecê-la a profissionais da saúde enquanto os testes ainda estavam em andamento. A crítica foi em parte atenuada por um estudo publicado em fevereiro na revista científica The Lancet, que dizia que a vacina aparentava ser segura e 91% eficaz, com base em um ensaio envolvendo cerca de 20 mil pessoas na Rússia.

A escolha do nome é uma homenagem ao primeiro satélite colocado em órbita pela antiga União Soviética, em 1957. 

Vacinação lenta na Rússia

Duas outras vacinas russas, EpiVacCorona e CoviVac, também receberam aprovação regulamentar antes de completar os testes em grande escala. Não foram divulgados dados sobre a eficácia desses imunizantes.

 Apesar da grande oferta de vacinas nacionais, a imunização contra a covid-19 caminha em ritmo lento na Rússia. De acordo com a vice-primeira-ministra, Tatyana Golikova, apenas 6% da população de 146 milhões de pessoas recebeu duas doses de alguma das vacina e 9% já tomou ao menos uma dose.

Neste ritmo, especialistas questionam se a Rússia será capaz de cumprir as metas do governo de vacinar 30 milhões de pessoas até meados de junho e quase 69 milhões até agosto.

A Sputnik V já aprovada em mais 60 países, mas grande parte deles ainda não administra o imunizante. Segundo o RDIF, mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo já foram vacinadas com a Sputnik V. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda está avaliando o inoculante.

Na semana passada, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária rejeitou, por unanimidade, pedidos de autorização da importação da vacina no Brasil, por considerar que faltam dados técnicos para verificar a segurança e a eficácia do imunizante. Um dos argumentos foi o de que, em todos os lotes apresentados à Anvisa, foram detectados adenovírus capaz de se replicar.

Três dias depois, os fabricantes da vacina ameaçaram processar a Anvisa por difamação, "por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente".

le (ap, lusa, dpa)