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Mão-de-obra

Andre Tonn (gh) 13 de setembro de 2007

Custos da mão-de-obra diferem muito entre os países da UE. Em 2006, a hora trabalhada na Dinamarca custou 32,49 euros; na Polônia, 6,03 euros. Na Alemanha, a mão-de-obra ficou mais barata nos últimos dez anos.

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Mão-de-obra alemã brilha na qualidade, mas não no salário, aponta estudoFoto: picture-alliance/dpa
Os produtos alemães e a sólida formação profissionalizante no país contribuem para a imagem de uma mão-de-obra "líder mundial em qualidade", quando se trata de Alemanha. O mesmo não se pode dizer dos salários. Essa é a impressão causada por um estudo do Instituto de Macroeconomia e Pesquisa Conjuntural (IMK) da Fundação Hans-Böckler-Stiftung, ligada aos sindicatos do país.

O IMK comparou os salários alemães com os de outros 14 países industrializados da União Européia. Nessa comparação, a Alemanha, com uma média de 26,70 euros a hora trabalhada, ocupa apenas uma posição intermediária, atrás da Dinamarca, da Suécia e de Luxemburgo. No ano passado, os custos de mão-de-obra no país subiram apenas 1,1% em relação a 2005, enquanto o aumento médio europeu foi de 3%.

"Nesse ranking, a Alemanha caiu da 4ª para a 9ª posição nos últimos dez anos. Nesse período, a contar de 1996, o trabalho se tornou bem mais barato na Alemanha na comparação internacional", conclui Gustav Horn, diretor científico do IMK.

Desnível salarial

Segundo ele, o "fosso salarial" em relação aos antigos membros da UE aumenta cada vez mais. Os salários na Alemanha sobem bem menos do que em outros países europeus, explica Horn.

Enquanto o salário de 30,90 euros/hora na indústria alemã ainda é de ponta, o de 24 euros/h pago no setor de serviços do país ocupa o 10º lugar na UE. Na opinião de Horn, essa diferença entre os dois setores se deve à fraca demanda do mercado interno, que persiste há anos.

"Essa demanda interna é muito mais importante para o setor de serviços do que para a indústria, que exporta grande parte de sua produção. A fraca demanda foi aproveitada pelas empresas para exercer pressão sobre os salários", explica o economista.

Ganhos e perdas

Os salários do setor exportador não caíram tanto quanto os dos prestadores de serviços, mas a tendência de contenção salarial fez com que os exportadores tivessem maiores lucros e expandissem sua participação no mercado internacional.

Horn admite que, durante certo tempo, essa estratégia salarial ajudou as empresas. "Mas o que elas ganharam com a contenção salarial faltou na demanda interna. Pelos nossos cálculos, as perdas causadas pela fraca demanda interna foram maiores do que os ganhos obtidos pelas empresas com a contenção salarial. Por isso, não se pode dizer que essa foi a melhor estratégia", afirma Horn.

Por isso, ele favorece uma política de aumentos salariais que também aqueça o mercado interno. Mas ele não dá muitas esperanças aos trabalhadores alemães. O aumento salarial médio deste ano deverá girar em torno dos 2,3%, novamente muito aquém do aumento da produtividade, estimado em, no máximo, 3,5%.
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