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Salvini é investigado por uso indevido de voos de Estado

16 de maio de 2019

Vice-premiê italiano é acusado de voar em aeronaves oficiais para eventos de campanha pelas eleições europeias. Tachado de ministro ausente, líder populista de direita nega qualquer uso irregular de dinheiro público.

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O vice-premiê e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini
Segundo jornal italiano, Salvini exerceu o cargo de ministro do Interior por apenas 17 dias neste anoFoto: DW/B. Riegert

O vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, o populista de direita Matteo Salvini, é alvo de uma investigação por suspeitas de uso indevido de voos de Estado durante a campanha pelas eleições europeias, informou um tribunal em Roma nesta quinta-feira (16/05).

Os promotores italianos abriram o inquérito depois de o jornal La Repubblica ter afirmado que Salvini voou em aviões oficiais cerca de 20 vezes para eventos de campanha à frente do partido de extrema direita Liga, do qual é líder, em ocasião das eleições para o Parlamento Europeu em 26 de maio.

"Vimos os relatos e agora precisamos verificar se as aeronaves estatais foram usadas para campanhas. Esse tipo de investigação não é incomum", disse a promotora Andrea Lupi, do tribunal da região italiana do Lácio.

Salvini, de 46 anos, nega qualquer uso ilegal de dinheiro público. "Nenhum abuso, nenhuma irregularidade, nenhum voo de Estado ou da polícia para a campanha, mas sempre para compromissos institucionais", disse ele num comunicado emitido por seu porta-voz. "Desafio qualquer um a provar o contrário."

"Estou sendo investigado por tudo – por sequestro, por racismo. Acho que os italianos gostam do trabalho que estou fazendo. Na história do Ministério do Interior, acho que sou o ministro que custa menos", acrescentou o populista de direita.

Pesquisas de opinião sugerem que a Liga pode obter mais de 30% dos votos nas eleições, tornando-se com folga o maior partido italiano no Parlamento Europeu. Salvini, por outro lado, tem enfrentado problemas crescentes à medida que a campanha se aproxima do fim.

Seus comícios têm sido constantemente interrompidos por manifestantes contrários, e alguns veículos da imprensa o têm rotulado de "ministro ausente", que passa mais tempo fazendo campanha do que exercendo suas funções no governo.

Segundo o La Repubblica, ele trabalhou como ministro do Interior apenas 17 dias completos neste ano. Por outro lado, participou de 211 eventos políticos só em 2019.

Salvini, que angariou simpatias com seu jeito atirado e linha-dura, é o líder partidário mais popular da Itália, mas sua incansável retórica anti-imigração vem polarizando a opinião pública e enfurecendo seus detratores.

Recentemente, ele foi acusado de censura depois de bombeiros terem usado um guindaste para remover um cartaz que dizia "Você não é bem-vindo" das janelas do andar de cima de uma casa na cidade de Brembate, no norte da Itália, que ele visitou na segunda-feira. Após esse episódio, cartazes com dizeres semelhantes têm sido exibidos por manifestantes em cidades de todo o país.

Sua ausência no ministério também foi alvo de críticas por parte de políticos opositores. "Quando um ministro do Interior escolhe não se envolver com a segurança de seu país, mas se envolver em comícios e selfies, ele não é digno do cargo que ocupa", afirmou o parlamentar Gennaro Migliore, do Partido Democrático, de centro-esquerda.

Não é a primeira vez que ele é alvo de investigações. Em março, o Parlamento italiano livrou o vice-primeiro-ministro de ser investigado por abuso de poder e sequestro, depois de ele ter bloqueado por quase uma semana um navio com 150 migrantes a bordo na costa da Sicília.

EK/rtr/ots

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