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Schröder considera consenso europeu improvável

(sm)16 de junho de 2005

Propostas consensuais do Conselho Europeu já foram recusadas antes do início da cúpula de Bruxelas. Londres quer continuar pagando menos, Paris insiste em subvenções agrícolas, Haia quer reduzir sua contribuição à UE.

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Tony Blair e Gerhard Schröder na cúpula de Bruxelas: pouco motivo de risoFoto: AP

O premiê alemão, Gerhard Schröder, não conta mais com um consenso imediato sobre o financiamento da União Européia, um dos principais temas da cúpula da UE em Bruxelas. Ele declarou que tem pouca esperança de que haja uma ruptura no impasse franco-britânico quanto ao orçamento da comunidade.

Apesar da intenção de reduzir as contribuições alemãs, Schröder confirmou que está aberto ao consenso, sem deixar de advertir que "não vai ultrapassar a capacidade financeira da Alemanha". Para ele, a solução do impasse depende de um consenso sobre o privilégio britânico de pagar uma contribuição reduzida aos cofres da União Européia. Schröder considera um anacronismo o desconto que o Reino Unido recebe da UE há 20 anos.

Disputa eleitoral quanto à política européia

Neste sentido, o premiê não poupou de críticas a antiga coalizão de governo democrata-cristã e liberal, acusando os partidos conservadores de terem compactuado com a concessão do desconto à Grã-Bretanha. Como este acerto só pode ser alterado por decisão unânime, seria "ingênuo" esperar que ele fosse abolido agora.

A disputa eleitoral interna na Alemanha, desencadeada pela antecipação das eleições parlamentares e pela nomeação de Angela Merkel como candidata dos democrata-cristãos, chegou aos assuntos europeus a serem tratados na cúpula de Bruxelas. Quanto ao possível ingresso da Turquia na UE, Merkel insistiu em que as relações com Ancara se mantenham no nível de uma "parceria privilegiada", voltando a recusar sua aceitação na União Européia.

Contanto que os outros paguem mais

O Reino Unido se recusa a congelar o desconto que tem no financiamento da UE. A Holanda, por sua vez, parece decidida a reduzir sua contribuição aos cofres da comunidade. O presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, fez um apelo aos governos em Londres e Haia, a fim de que se chegue a um consenso no encontro de Bruxelas.

Juncker também propõe subsidiar a agricultura da Bulgária e Romênia, futuros países-membros da UE, com base no orçamento agrícola estabelecido em 2002. O premiê britânico, Tony Blair, por sua vez, exige a redução das despesas européias com subvenções agrícolas, das quais só a França consome um quinto. O presidente francês, Jacques Chirac, advertiu que o apoio financeiro à agricultura não deverá ser tocado.

A ajuda regional da UE ao leste alemão deverá se manter alta, de acordo com o esboço orçamentário de 2007 a 2013. O mais recente plano da EU para o leste alemão prevê um bônus extra de 700 euros por pessoa desempregada. Isso vale para regiões com um índice de desemprego superior a 16%.

Impasse constitucional

Quanto à crise constitucional da Europa, o premiê alemão favorece uma política combativa: "A Alemanha tem grande interesse de que esta Europa seja integrada e permaneça unida, e não se limite a existir apenas como mercado".

Schröder também alertou contra o descrédito da Constituição européia, argumentando que quem a considera morta está ignorando o "sim" da Alemanha e de muitos outros países. Ele propõe que se faça um balanço sobre o atual estágio de ratificação da Constituição européia nos 25 países-membros. Isso deveria ser feito na primeira metade do próximo ano.