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Schröder critica Bush em início de campanha

(sv)13 de agosto de 2005

Premiê recorda em primeiro comício o "não" alemão à guerra do Iraque e se opõe abertamente à ameaça de Bush em relação ao Irã. Políticos da oposição acusam o chanceler federal de usar o assunto com fins eleitoreiros.

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Schröder e Bush: olhares atravessados, mais uma vezFoto: AP

As declarações do presidente norte-americano, George W. Bush, elogiando a proposta européia para o programa nuclear iraniano, pareciam dar sinais de uma aproximação entre Berlim e Washington. Ledo engano. Bastou um dia para que Bush fizesse um pequeno parênteses na questão, ao observar que não exclui a possibilidade de usar a violência contra o Irã.

Na hora certa

Atomkraftwerk Isfahan
Usina atômica de IsfahanFoto: AP

Para o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, é possível que a frase tenha vindo a calhar. Em seu primeiro comício de campanha eleitoral, frente à platéia de dez mil pessoas em seu reduto eleitoral, Hannover, o premiê retomou o assunto "guerra x paz", aproveitando o ensejo para alfinetar abertamente Bush. "Tirem as opções militares da cabeça. Nós já vimos que elas não levam a nada", proclamou Schröder.

Segundo ele, a meta do governo alemão é "se posicionar como um poder de mediação, que está interessado numa solução pacífica dos conflitos no mundo". Em entrevista ao jornal popular Bild am Sonntag, Schröder afirmou ainda que os as propostas dos europeus para o Irã serão capazes de fazer com que o país tome outros rumos em relação às usinas atômicas.

"Perigo de complacência"

Schröder acentuou ainda o perigo de uma eventual proximidade de Angela Merkel, a candidata democrata-cristã, do governo Bush. "Não quero que no lugar da autoconfiança amistosa [da Alemanha] surja uma nova complacência" [em relação aos EUA]".

Friedbert Pflüger
Friedbert PflügerFoto: dpa

Políticos da oposição democrata-cristã acusam Schröder de utilizar o conflito envolvendo o programa nuclear do Irã simplesmente para arrecadar votos nas eleições agendadas para o 18 de setembro próximo. Segundo o delegado da CDU para questões ligadas à política externa, Friedbert Pflüger, não há divergências entre as posições do SPD de Schröder e os democrata-cristãos nesta questão: "Nós apoiamos o governo na busca de uma solução diplomática".

Tumultos internos

A CDU (União Democrata Cristã) acaba de ter seus bastidores extremamente tumultuados, em função das declarações de Edmund Stoiber, presidente da União Social Cristã (CSU) – facção "irmã" do partido. Stoiber afirmou há pouco, também em praça pública, que os alemães do Leste seriam um grupo de frustrados, enquanto os bávaros, do sul do país, mais inteligentes. Suas frases repercutiram não só dentro da Alemanha, mas foram citadas com destaque por boa parte da mídia européia.