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Schröder rejeita EUA como modelo para Alemanha

Estelina Farias5 de agosto de 2002

O chanceler federal, Gerhard Schröder, iniciou a campanha para a eleição do Parlamento rejeitando os Estados Unidos como modelo econômico-social e a participação da Alemanha numa ofensiva militar contra o Iraque.

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Gerhard Schröder se apresenta otimista ao lançar a campanha eleitoralFoto: AP

O chefe de governo alemão iniciou, 18 dias antes do planejado, a chamada fase quente da campanha para a eleição do Parlamento, em 22 de setembro, que vai eleger o futuro gabinete. Motivo da antecipação: os resultados das pesquisas sobre preferência de voto são desfavoráveis para o Partido Social Democrático (SPD), do qual Schröder é presidente. No lançamento da campanha, na praça da ópera de Hanôver, nesta segunda-feira (5), o chefe de governo prometeu renovação econômica e social com justiça social. A polícia calculou o público em cinco mil pessoas e a cúpula social-democrata em dez mil.

A posição do SPD nas preferências de voto piorou depois da demissão do ministro da Defesa, Rudolf Scharping, e do escândalo de vôos particulares com bônus da Lufthansa adquiridos em vôos de serviço, que envolveu políticos social-democratas e de outros partidos de oposição. O resultado de uma pesquisa divulgado no último fim de semana atribui a Schröder o apoio de 50% dos eleitores e 38% ao seu concorrente, Edmundo Stoiber. Mas o chefe de governo alemão não é eleito diretamente pelo povo. O SPD conta com apenas 34% das intenções de votos e o seu parceiro de coalizão, o Partido Verde, 7%. A União Democrata-Cristã e a União Social-Cristã (CSU), que têm Stoiber como candidato único, contam com 40%. Seu tradicional aliado, o Partido Liberal, teria 8%, se a eleição parlamentar fosse agora.

Característica social

Em seu discurso de meia hora, o chefe do governo destacou a característica social da Europa e criticou a política socio-econômica dos EUA. "Temos realmente que refletir se a América deveria servir de modelo econômico, como ocorreu em outros tempos", disse ele, acrescentando: "a pilhagem de pessoas pequenas nos Estados Unidos e indenizações milionárias para grandes executivos não podem ser o caminho alemão" .

O candidato à reeleição distanciou-se também da política externa americana. "Estamos dispostos à solidariedade, mas a Alemanha e o seu governo não estão a disposição para aventuras militares", disse Schröder, referindo-se aos planos de Washington para atacar o Iraque. "Não estamos aqui para brincadeira com guerra e intervenções militares", afirmou.

Diplomacia de cheque

Se depender de Schröder, a Alemanha não ajudará nem a financiar uma ofensiva contra o Iraque, como fez o seu antecessor, Helmut Kohl, na Guerra do Golfo. "Já se foram também os tempos da diplomacia de cheque, em que a Alemanha pagava guerras".

Depois dos atentados de 11 de setembro, Schröder foi o primeiro líder europeu a prometer apoio irrestrito aos EUA no combate ao terrorismo e cumpriu a promessa. Aviões, navios, tanques e soldados foram mandados à luta antiterror no Afeganistão e na costa da África.