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Schröder promete trazer Ucrânia para a "economia de mercado"

Fernando Scheller9 de março de 2005

Presidente ucraniano pede apoio para entrar na União Européia e chanceler alemão responde com criação de grupo para estudar políticas de desenvolvimento e promessa de ajudar a entrada da Ucrânia na OMC.

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Yushchenko e Schröder: pacto de colaboração mútuaFoto: AP

Na primeira visita oficial à Alemanha desde que foi eleito presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko conseguiu do chanceler federal Gerhard Schröder apoio para "ocidentalizar" a economia do país, por meio da entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC), no segundo semestre, e de estratégias voltadas ao desenvolvimento do mercado interno, com especial atenção ao incentivo à criação de pequenas e médias empresas.

Em 15 dias, um grupo de funcionários do alto escalão do governo da Alemanha deve visitar Kiev, a capital ucraniana, para traçar estratégias para um trabalho conjunto a ser realizado entre as duas nações. O desenvolvimento ucraniano pode trazer vantagens para a Alemanha, que é o segundo maior parceiro comercial do país, atrás somente da Rússia.

Em discurso perante o Bundestag em Berlim, nesta quarta-feira (09/03), o presidente da Ucrânia disse que a aproximação com a Europa Ocidental não representará um enfraquecimento das relações com a Rússia. "A Rússia é uma eterna parceira da Ucrânia", afirmou. "Mas estou convencido de que temos também de ser parte integrante da 'família européia'", disse, em referência à UE.

Vantagens mútuas

Juschtschenko spricht im deutschen Bundestag
Presidente ucraniano, durante discurso no Parlamento alemãoFoto: AP

Nos dois meses em que Yushchenko está no poder, a economia ucraniana já deu alguns sinais de que pode se recuperar no futuro próximo. A primeira lufada de "ar fresco" vem do mercado financeiro – o principal conjunto de ações da Bolsa de Kiev foi valorizado em 180% nos últimos seis meses, especialmente depois que a vitória de Yushchenko foi confirmada, o que pode ser visto como um voto de confiança de investidores na mudança dos rumos político-econômicos do país.

Durante o discurso que fez no Parlamento alemão, Yushchenko mais uma vez lembrou os estreitos laços entre a Ucrânia e a Europa. Em entrevista à Deutsche Welle, ele disse que o principal objetivo de seu mandato é a filiação da nação à União Européia. "A partir dos encontros políticos em Berlim, vou poder ter uma noção se o governo alemão vai ajudar a futura entrada da Ucrânia na UE e qual é o apoio político que eu posso esperar da Alemanha."

"Não somos ilegais"

O presidente da Ucrânia disse também que espera uma mudança rápida na restritiva política de concessão de vistos de permanência a cidadãos ucranianos. O novo sistema foi colocado em prática após falhas no sistema de fiscalização do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha permitirem a entrada de imigrantes ilegais provenientes da Europa Oriental no país.

Juschtschenkos Antrittsbesuch in Deutschland: Joschka Fischer tifft Viktor Juschtschenko
Yushchenko e Fischer: mudanças no sistema de concessão de vistosFoto: AP

"A Alemanha precisa encontrar sozinha uma solução para este problema dos vistos", disse Yushchenko à Deutsche Welle. "Da perspectiva ucraniana, eu tenho só uma coisa a acrescentar: Para mim, é desagradável que todo o povo ucraniano seja classificado como ilegal, pois isso ele não é".

No discurso no Parlamento, o chefe de Estado afirmou que a mudança de política é especialmente urgente para estudantes, comerciantes e profissionais de mídia da Ucrânia. Yushchenko conversou sobre o caso também com o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer.

"Página virada"

Em Berlim, Yushchenko voltou a agradecer o apoio alemão à realização de um novo pleito na Ucrânia, em dezembro, após uma movimentação popular ter contestado os resultados da eleição feita um mês antes, que havia proclamado o opositor de Yushchenko, Viktor Zanukovych, como vencedor. Com a ajuda da Alemanha, o presidente ucraniano afirmou que o país "virou mais uma página" na história européia.