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Segurança, uma das prioridades da Copa

(rw)30 de dezembro de 2004

Racismo e terrorismo são dois temas que ocupam o comitê organizador da Copa do Mundo na Alemanha. Arnulf Boettcher, da DW-RADIO, conversou com Helmut Spahn, encarregado de segurança da Copa do Mundo na Alemanha.

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Esquema de segurança para os estádios já está prontoFoto: AP

Deutsche Welle: O lema desta Copa é "O mundo é recebido por amigos". O que se pode esperar do ponto de vista de segurança?

Helmut Spahn: Entendemos que sob o conceito de "segurança" as pessoas que vêm aqui tenham o direito de esperar o mesmo que nós queremos quando somos convidados a visitar qualquer outro lugar do planeta. Pretendemos que haja segurança, mas que você possa se movimentar livremente. Temos de limitar as restrições ao mínimo necessário. Vamos trabalhar da forma mais flexível possível, para dar a todos a sensação de que são bem-vindos e de que estão seguros na Alemanha.

Faltam dois anos e meio para o início da Copa. Como estão os preparativos?

Teremos de formular um programa completo de segurança até meados de 2005, quando ele será apresentado à Fifa. Parte dele já está pronta, como o conceito de segurança e regulamentos para os estádios. Além disso, na área de prevenção, temos um conceito para o atendimento a torcedores e turistas.

O senhor calcula com perigos em potencial para esta Copa?

Sempre há potenciais de risco latentes, muitas vezes se fala de terrorismo. Até já tivemos acontecimentos de fundo terrorista próximos da Europa Central, como na Tunísia, Madri, etc. Isto, claro, sempre é um fator a considerar. Mas seu controle é uma tarefa em primeiro lugar dos organismos estatais de segurança. Do ponto de vista do comportamento dos que vêm aos estádios, vemos os potenciais de risco menores do que, por exemplo, nos jogos da Bundesliga, pois a combinação de pessoas é outra e o caráter da competição é bem diferente. Naturalmente que não podemos ignorar o terror como fator de risco, por isso, temos de ficar atentos ao que está acontecendo.

Em outras competições, como a Eurocopa, foram tema os hooligans, fãs violentos que viajam pela Europa. O senhor vê aí um risco para 2006?

Certamente não podemos ignorar completamente este assunto. Mas acho que ele poderá ser minimizado, em função de quatro conferências internacionais já realizadas em Berlim por iniciativa do Ministério do Interior, com membros de outras confederações de futebol e representantes das autoridades de segurança de outros países.

Teme-se o racismo em muitos estádios europeus. Na Espanha houve um caso recentemente. O que o comitê organizador pretende fazer neste sentido?

Em nosso programa para o atendimento a torcedores dedicamos um item ao tema racismo. Através de informações e debates pretendemos tematizar o assunto junto aos torcedores. Além disso, o tema foi integrado na especialização do nosso pessoal encarregado da segurança nos estádios. Eles serão preparados para se sensibilizar com o assunto e identificar problemas dele decorrentes. É óbvio que se reproduziria no mundo uma péssima imagem da Alemanha e de seu slogan "O mundo é recebido por amigos", se houvesse manifestações racistas como a que aconteceu recentemente no estádio na Espanha.

Apenas um número restrito de ingressos será colocado à disposição dos torcedores. Muitas pessoas não terão lugar nos estádios. Como vocês pensam em ajudar estes turistas para que não façam bobagens?

Serão vendidos cerca de três milhões de ingressos e certamente muitos torcedores alemães também não conseguirão entradas para os jogos. Este assunto também já foi polemizado na imprensa. O comitê organizador neste momento está negociando com a Fifa e os detentores de direitos de transmissão de tevê para a instalação do maior número possível de telões, para que mais gente possa participar desta grande festa.