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Separatistas concordam em adiar eleições no leste da Ucrânia

6 de outubro de 2015

Quatro dias depois de encontro entre Merkel, Hollande, Putin e Poroshenko, líderes dos rebeldes ucranianos anunciam que eleições em Donetsk e Lugansk deverão acontecer somente em 2016.

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Líderes rebeldes de Donetsk, Denis Pushilin, e de Lugansk, Vladislav Deinego, reuniram-se em MinskFoto: imago/ITAR-TASS

Os separatistas pró-Rússia das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, anunciaram nesta terça-feira (06/10), em comunicado conjunto, que adiaram as eleições locais para 2016, como foi pedido pelos países europeus.

Os representantes das duas autoproclamadas "repúblicas populares" nas negociações de paz anunciaram que aceitaram adiar "até o próximo ano" as eleições inicialmente previstas para 18 de outubro na província de Donetsk e para 1º de novembro na de Lugansk.

Representantes da União Europeia, do governo russo e do governo ucraniano saudaram o anúncio, feito quatro dias depois de um encontro em Paris entre a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os presidentes francês, François Hollande, ucraniano, Petro Poroshenko, e russo, Vladimir Putin.

Os líderes se reuniram na última sexta-feira na capital francesa para tentar salvar a trégua no conflito, definida no início do ano no chamado Acordo de Minsk. No final da reunião, Hollande declarou que os separatistas não poderiam organizar eleições legítimas em tão pouco tempo.

"Analisamos as declarações e recomendações de Merkel e Hollande após a cúpula", afirmam na declaração conjunta o negociador de Donetsk, Denis Pushilin, e o de Lugansk, Vladislav Deinego. Os dois reuniram-se na capital bielorrussa, Minsk.

Os negociadores não marcaram uma data para as eleições locais, mas a agência de notícias DAN, que tem bons contatos entre eles, disse que elas deverão acontecer em fevereiro.

Pushilin e Deinego definiram ainda uma série de exigências que Poroshenko terá dificuldade em fazer passar pelo parlamento ucraniano, onde os nacionalistas têm um peso importante. Eles afirmaram que as eleições só serão realizadas depois de o governo em Kiev lhes atribuir um "status especial", que garanta às regiões separatistas o direito de desenvolver relações diplomáticas e comerciais com a Rússia.

Outra exigência é a concessão de imunidade judicial total a "todos os participantes nos acontecimentos nas regiões de Donetsk e Lugansk". Eles também querem a votação, pelo Parlamento ucraniano, de uma emenda constitucional sobre eleições que tem primeiro de ser acordada com os rebeldes.

A data das eleições nas regiões separatistas é decisiva para a Ucrânia, pois vai determinar quando o governo em Kiev poderá recuperar o controle sobre a fronteira com a Rússia.

O Acordo de Minsk determina que as forças russas e as milícias transfiram o controle da fronteira de 400 quilômetros para as forças ucranianas um dia depois das eleições locais.

O conflito na Ucrânia começou em abril de 2014 e já causou mais de 8 mil mortes.

AS/lusa/rtr/afp