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CatástrofeAlemanha

"Seu destino nos parte o coração", diz presidente alemão

17 de julho de 2021

Frank-Walter Steinmeier visitou Erftstadt, uma das cidades alemãs devastada pelas enchentes, e conversou com pessoas afetadas pela catástrofe. Inundações no país deixaram ao menos 140 mortos e milhares de desalojados.

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Steinmeier aparece bem à direita, ao lado de Laschet. Eles ouvem um homem chora com as mãos no rosto.
Steinmeier (D) conversou com moradores e se solidarizouFoto: Staatskanzlei NRW/dpa/picture alliance

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, visitaram neste sábado (17/07) Erftstadt, a sudoeste de Colônia. A cidade de 50 mil habitantes foi uma das mais atingidas pelas enchentes que assolam o país, varrendo comunidades e deixando ao menos 140 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desalojados.

"Lamentamos por aqueles que perderam amigos, conhecidos ou familiares", disse Steinmeier. "Seu destino nos parte o coração", acrescentou.

Neste sábado, a água baixava gradativamente em Erftstadt e em outras cidades dos estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Renânia-Palatinado, deixando cada vez mais visíveis os danos materiais e estruturais. Centenas de pessoas continuavam a ser evacuadas pelo temor do rompimento de barragens.

Steinmeier e Laschet se encontraram com pessoas que conseguiram escapar com vida da inundação, mas nunca mais verão seus antigos pertences. Casas inteiras e tudo que havia dentro delas foram levados pela correnteza. Outras foram inundadas, fazendo com que os moradores perdessem a maior parte do que tinham.

"Muitos perderam tudo o que construíram durante toda a vida", lembrou Steinmeier, reforçando que a ajuda deve continuar mesmo após a catástrofe não ocupar mais as manchetes dos jornais. "Em tempos de necessidade, nosso país está unido", afirmou.

O presidente agradeceu a todos os que prestam ajuda profissional "até à exaustão e mais além". Segundo ele, ao olhar nos seus rostos, é possível ver "o sofrimento que as pessoas aqui nesta região suportam".

O real tamanho da tragédia só poderá ser calculado em semanas. "O dano é grande, o trabalho de limpeza levará tempo", disse o presidente, reforçando que muitas pessoas nas áreas inundadas "não têm mais nada, exceto sua esperança. E não devemos decepcioná-las.

Foto mostra rua coberta de água e carros inundados.
Em Erftstadt, água começa a baixar lentamenteFoto: Sebastien Bozon/Getty Images/AFP

Catástrofe do século

Laschet chamou a enchente de "catástrofe do século" e garantiu que o estado da Renânia do Norte-Vestfália "fará todo o possível" para organizar ajuda direta aos afetados. Segundo ele, o dinheiro será pago "de forma pouco burocrática". 

A chanceler federal, Angela Merkel, que estava em sua última viagem oficial aos Estados Unidos antes do fim do mandato, visitará as áreas afetadas pelas enchentes na Renânia-Palatinado neste domingo. Na sexta-feira, o governo federal anunciou um pacote de auxílio às regiões atingidas, mas não revelou o valor.

A Associação Alemã de Cidades e Municípios pede que a ajuda dos governos federal e estaduais sejam rápidas, já que, sozinhas, as cidades não conseguirão se recuperar – muito da infraestrutura foi completamente devastada.

O ministro federal do Interior, Horst Seehofer, acredita que na segunda-feira será possível ter uma ideia da real situação da catástrofe.

12 mortos em lar para pessoas com deficiência

A verdadeira extensão do desastre ainda não está clara. Na Renânia do Norte-Vestfália, as autoridades registraram até agora 43 mortes. Na tarde deste sábado, foram confirmados os óbitos de quatro bombeiros que auxiliavam nos trabalhos de resgate.

No estado da Renânia-Palatinado, o número de vítimas aumentou para 98 na tarde deste sábado – pelo menos 670 pessoas estavam feridas. No entanto, a polícia alerta que o número de vítimas fatais pode aumentar, já que ainda há muitos desaparecidos.

Entre as vítimas no distrito de Ahrweiler, na Renânia Palatinado, estão doze residentes de um centro para pessoas com deficiência mental. Eles viviam em Sinzig, uma pequena cidade na confluência dos rios Ahr e Reno.

"A água atingiu o teto do andar térreo em um minuto", disse Matthias Mandos, diretor administrativo da associação estadual de assistência da Renânia-Palatinado. A vigilância noturna conseguiu levar vários moradores para um andar mais alto. "Quando voltou para pegar os próximos, já era tarde demais", explica.

Cerca de 22 mil bombeiros e membros de equipes de ajuda estão envolvidos nos resgates nos dois estados.

le (afp, ots)