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Show do Wir Sind Helden explora presente e passado

5 de março de 2012

Uma das principais bandas de pop rock alemão, Wir Sind Helden mostrou carisma em show em Colônia, colocando a espontaneidade acima da perfeição. Além de músicas do último álbum, grandes sucessos da primeira fase.

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Foto: dapd

Hoje em dia a diferença entre um CD e um show ao vivo está cada vez menor. O público dos concertos de música pop está acostumado a alta qualidade sonora, à reprodução exata de todas as sutilezas dos arranjos. A desvantagem, porém, é que não sobra lugar para liberdade, improvisações e variações.

Mas este não é o caso da banda alemã Wir Sind Helden. Nos shows realizados em 2011, em Colônia, ela demonstrou que a alternativa é viável: houve improvisações, interação com o público; e muitas vezes a perfeição simplesmente cedeu lugar ao prazer de tocar.

Viagem pela carreira


O show começou com 23:55 alles auf Anfang, de seu último álbum. A faixa mostra a versatilidade da banda, que também utiliza instrumentos como o clarinete em suas apresentações ao vivo. Em Ist das So?, um de seus primeiros sucessos, a banda faz crítica social sobre sons pós-new wave, temperados com teclados eletrônicos.

Band Wir sind Helden Filmpremiere Die kommenden Tage in Berlin
Banda une sucesso comercial e letras inteligentesFoto: picture alliance/dpa

Os integrantes da banda se conheceram no "Popkurs", o curso de Música Popular da Escola de Música de Hamburgo. O primeiro single, Guten Tag, lançado sem o apoio de uma gravadora em 2002, tornou o Wir Sind Helden famoso da noite para o dia, numa época em que o YouTube ainda não existia.

Seu álbum de estreia, Die Reklamation, vendeu centenas de milhares de cópias. E logo vieram os imitadores: com uma cantora e letras em alemão, bandas como Silbermond, Juli ou Klee repetiram, com sucesso, a fórmula do Wir Sind Helden. Ainda assim, já no título de segundo single, a "original" podia afirmar, segura de si: Gekommen, um zu bleiben – "Chegamos para ficar".

A formação do Wir Sind Helden – literalmente "Somos heróis" – não mudou, desde sua criação. Porém na última turnê os berlinenses convidaram mais dois músicos para o palco. O baixista Jörg Holdinghausen e o tecladista Ruben Scheffler se juntaram à vocalista Judith Holofernes, guitarrista Mark Tavassol, tecladista Jean-Michel Tourette e baterista Pola Roy, recriando ao vivo a diversidade musical do último disco da banda, Bring mich nach Hause.

Melancolia autobiográfica

Bring mich nach Hauseé a faixa-título do quarto disco da banda lançado em 2010. Tematicamente, ela está bem distante da alegre crítica ao consumismo dos primeiros discos. Antes desse álbum, houve uma pausa de três anos, durante a qual nasceram duas crianças e os conteúdos das canções mudaram. Apoiados por uma sonoridade reflexiva, às vezes nostálgica, abordam-se também temas como a morte. Em comparação, os sucessos da primeira fase, como Nur ein Wort, soam leves e despreocupados.

Band "Wir sind Helden"
Show em Colônia reuniu canções novas e antigas do grupoFoto: picture-alliance/dpa

Além de sucessos de toda a carreira da banda, o show no festival c/o Pop2011 também contou com uma versão de These boots are made for walking, de Nancy Sinatra. A animação era grande, entre os 4 mil fãs, e a banda soube fazer jus a ela, como se pode ouvir até nos últimos momentos do show. Com entusiasmo, interação com a plateia, por vezes beirando a bobeira, os "Heróis" irradiaram simpatia, até mesmo algo de familiar. Em seguida, vieram os sucessos Rüssel an Schwanz e Denkmal.

Como bis para o público de Colônia, o Wir Sind Helden escolheu uma melancólica faixa de seu último disco. Ballade von Wolfgang und Brigitte fala do fracasso do amor livre nas repúblicas hippies dos anos 70. O conteúdo é possivelmente autobiográfico, já que a vocalista Judith Holofernes cresceu numa dessas comunidades. O que não impediu a plateia de cantar junto, a plenos pulmões.

Autor Matthias Klaus (mas)
Revisão: Augusto Valente