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Sobe número de mortos em queda de ponte na Itália

18 de agosto de 2018

Bombeiros encontram carro com três corpos entre blocos de concreto. Itália tem dia de luto nacional, com funeral de Estado para vítimas. Algumas famílias recusam ato público, indignadas com as autoridades pela tragédia.

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Arcebispo de Gênova, cardeal Angelo Bagnasco, em cerimônia fúnebre para mortos em desabamento de viaduto
Arcebispo de Gênova, cardeal Angelo Bagnasco, presidiu cerimônia fúnebre para mortos em desabamento de viadutoFoto: Reuters/S. Rellandini

Subiu neste sábado (18/08) para 42 o número de vítimas do desmoronamento de uma ponte na cidade de Gênova, no noroeste da Itália, depois que as equipes de bombeiros encontraram entre os blocos de concreto um veículo com outras três pessoas: um casal e sua filha, de 9 anos, além do corpo de um homem, que seria a última pessoa dada como desaparecida.

Os veículos de imprensa explicam que os corpos precisam ser identificados, mas acredita-se que os encontrados no automóvel são da família Cecala, da qual não há mais notícias desde a última terça-feira, quando parte da ponte Morandi desabou.

O carro foi localizado completamente esmagado por um bloco de concreto que fazia parte de um pilar que desmoronou na margem esquerda do rio Polcevera.

Ao menos 30 carros e três veículos pesados caíram de uma altura de 45 metros quando o trecho da ponte desabou numa zona industrial de Gênova, em meio a fortes chuvas. Entre os mortos já identificados, três são crianças, entre 8 e 13 anos.

A Itália cumpriu neste sábado um dia de luto nacional, quando foi realizado o funeral de Estado para as vítimas, presidido pelo cardeal e arcebispo de Gênova, Angelo Bagnasco, e com a presença do presidente da Itália, Sergio Mattarella, e do primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte.

Durante a cerimônia, Bagnasco apelou para uma maior solidariedade entre as pessoas. Ele afirmou que, com "a fenda aberta no coração da cidade", "sentimos como são necessários os laços interpessoais".

A cerimônia fúnebre foi envolta em polêmica, já que famílias de 19 vítimas decidiram não participar, preferindo um ato de sepultamento privado. Segundo a mídia local, elas se recusam a participar do evento oficial por indignação com supostas falhas das autoridades que teriam levado à tragédia.

Na quinta-feira, o procurador de Gênova, Francesco Cozzi, admitiu que podem existir 10 a 20 pessoas ainda soterradas nos escombros. O governo da Itália afirmou ser "inevitável" que o número de mortos aumente, à medida que os trabalhos de resgate prosseguem.

Entre os 15 feridos contabilizados, 10 ainda permaneciam hospitalizados na sexta-feira, dos quais seis em estado grave.

O Executivo italiano exigiu a demissão da direção da empresa Autostrade per l'Italia, filial da Atlantia e responsável pela gestão da ponte Morandi, e também atribuiu parte da responsabilidade da tragédia às restrições orçamentais impostas pela União Europeia (UE).

O Ministro dos Transportes da Itália, Danilo Toninelli, prevê uma multa de até 150 milhões de euros para a Autostrade per l'Italia, que opera quase metade das rodovias italianas.

O governo iniciou na sexta-feira um processo para revogar todas as concessões de rodovias da companhia, acusada de falhar em realizar obras de manutenção necessárias na ponte, disse um porta-voz do ministério.

A Autostrade per l'Italia rebateu acusações de que seus trabalhos de manutenção tenham sido insuficientes, argumentando que investiu mais de um bilhão de euros anuais em "segurança, manutenção e em fortalecer a rede" desde 2012.

A companhia também contestou o governo por ameaçar revogar contratos "sem nenhuma verificação das causas materiais do acidente". A concessionária alertou que, neste caso, o governo teria que reembolsar ao grupo o valor do contrato, que se estende ao menos até 2038.

MD/efe/afp/lusa

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