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Solana adverte contra tensões entre os EUA e a União Européia

(am)19 de fevereiro de 2002

O coordenador de Política Externa e de Segurança Comum (PESC) da União Européia, Javier Solana, conclamou os países membros da UE a maior reserva quanto às críticas públicas aos Estados Unidos.

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Críticas abertas aos EUA preocupam Javier SolanaFoto: AP

Javier Solana referiu-se sobretudo às recentes declarações de políticos europeus, criticando a expressão "eixo do mal", usada pelo presidente americano George W. Bush para qualificar o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte. Solana: "Entre amigos, temos de poder falar a verdade cara a cara, mas não temos de usar necessariamente o alto-falante."

O coordenador da PESC defendeu os Estados Unidos contra as críticas do ministro francês das Relações Exteriores, Hubert Vedrine. O chefe do Quai d'Orsay acusara o governo de Washington de praticar uma política externa simplória, guiada apenas pela própria conclamação da luta internacional antiterror. Javier Solana: "Não creio que os EUA simplifiquem. São pessoas que vêem os fatos de maneira diferenciada."

Iraque, o pomo da discórdia

O principal ponto de desarmonia entre a política dos EUA e da União Européia, no momento, é a forma de agir em relação ao Iraque. Washington não exclui a possibilidade de uma nova ação militar contra Saddam Hussein, enquanto que os países da UE se recusam a estender a sua solidariedade com a aliança antiterror a uma nova guerra contra o Iraque.

Javier Solana não abordou o assunto detalhadamente, limitando-se a citar a decisão tomada pelos ministros de Relações Exteriores da UE na sua reunião da segunda-feira (18), de aumentar a pressão sobre o governo de Bagdá, a fim de que Saddam Hussein aceite o retorno dos inspetores de armamentos das Nações Unidas.

Dentro deste contexto, o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, aproveitou a visita a Berlim do presidente da Comissão estatal russa para o Desarmamento Químico, Serguei Kirienko, para lançar um apelo ao governo de Moscou. Como membro permanente do Conselho de Segurança e tradicional aliada do Iraque, a Rússia pode contribuir para pressionar Bagdá ao cumprimento das resoluções das Nações Unidas. O retorno dos inspetores da ONU ao país seria a única forma de reduzir as tensões, segundo o ministro alemão.