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Oriente Médio

29 de dezembro de 2008

Nesta segunda-feira, Israel deu continuidade aos bombardeios aéreos a instalações do grupo radical islâmico Hamas na Faixa de Gaza. Para imprensa européia, solução do conflito depende do novo presidente norte-americano.

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Ataque de Israel à Universidade Islâmica na Faixa de GazaFoto: AP

Na noite de domingo (28/12), o campus da Universidade Islâmica de Gaza foi bombardeado por cinco mísseis da Força Aérea israelense. Um hotel do Hamas e um prédio próximo à casa do primeiro-ministro Ismail Haniyeh também foram atingidos, comentou a mídia israelense.

Pouco antes da meia-noite, dois civis palestinos foram mortos por ataques aéreos no norte da Faixa de Gaza. Quatro outros saíram feridos. Desde o começo dos ataques, no sábado passado, mais de 300 palestinos foram mortos e mais de mil ficaram feridos, segundo dados da Palestina.

Prudência e co-responsabilidade

Palästinenserpräsident Mahmoud Abbas
Abbas co-responsabilizou Hamas por ataques em GazaFoto: AP

Nesta segunda-feira, Ehud Barak, ministro israelense da Defesa, permitiu que cem caminhões carregados de mantimentos, medicamentos e bens de ajuda humanitária entrassem na Faixa de Gaza, região dominada pelo grupo radical islâmico Hamas.

Por telefone, o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert explicou à chanceler federal alemã, Angela Merkel, os motivos da investida. Olmert salientou que os alvos seriam o Hamas e outros grupos terroristas palestinos, mas não a população civil.

Também no domingo, o presidente palestino, Mahmud Abbas, co-responsabilizou o Hamas pelos pesados ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza. "Nós os advertimos insistentemente contra quebrar o cessar-fogo com Israel", afirmou Abbas numa conferência de imprensa no Cairo.

Os EUA pediram prudência a Israel e a União Européia criticou tanto os bombardeios aéreos na Faixa de Gaza como os foguetes lançados pelo Hamas sobre regiões israelenses.

Opinião da imprensa européia

Para o diário francês Le Fígaro, "uma solução depende, sobretudo, de Barack Obama, isso ninguém pode contestar. Além da crise financeira, do Afeganistão e do Iraque, o Oriente Médio será uma das prioridades do novo presidente norte-americano. [...] A exigência de Israel, apoiada por Obama em sua campanha eleitoral, foi, certamente, a garantia de segurança. Será difícil conseguir a confiança do lado oposto, já que existem muitos protagonistas – não somente do lado palestino – que querem se vingar do antecessor George W. Bush".

O jornal alemão Rheinische Post comentou: "Diferentemente de Israel, o Hamas não tem nenhum interesse numa solução pacífica do conflito no Oriente Médio. Sua força terrorista advém da miséria nas regiões palestinas. Os que apóiam os terroristas com seus petrodólares no Irã ou também na Península Árabe também não têm interesse na paz. Israel representa o inimigo comum que ainda é capaz de unir o mundo árabe profundamente dividido. Por esse motivo, esta guerra ainda vai durar. Nós, no Ocidente, só podemos esperar que Israel a vença".

Já o também alemão Westdeutsche Zeitung é da opinião que "paz na Palestina não pode existir contra, mas somente com o Hamas. Assim, esperam pelo futuro presidente norte-americano, além da crise financeira e das guerras no Iraque e Afeganistão, mais um foco de crise que não pode ser postergada. A única chance para o processo de paz no Oriente Médio está na aproximação dos grupos palestinos Fatah e Hamas. Barack Obama deve levar os Estados árabes a fomentar essa aproximação e a pressionar os israelenses para que permitam tal proximidade. No final de tal processo, deverão acontecer eleições nas regiões palestinas cujos resultados terão que ser aceitos pelos EUA e por Israel". (ca)