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Suíços defendem mídia pública em referendo

4 de março de 2018

Cidadãos da Suíça votam contra fim do financiamento da mídia por taxa compulsória. Decisão vem em meio à pressão de partidos populistas para abolir radiofusão pública em vários países europeus.

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Volksabstimmung in der Schweiz
Cartaz contra a iniciativa que pretendia acabar com mídia pública na SuíçaFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Anex/Keystone

Os suíços decidiram em referendo neste domingo (04/03) manter o atual sistema de financiamento da mídia pública através do pagamento de uma taxa de 392 euros anuais (por volta de 1.570 reais), rejeitando uma iniciativa popular, apoiada por populistas de direita e liberais, que visava eliminá-la.

Depois da contagem final de votos, 71,6% dos suíços rejeitaram acabar com o atual sistema de financiamento da radiodifusão pública, o que está em linha com o resultado das projeções anteriores.

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Conhecido como "No Billag", a iniciativa popular procurou acabar com a taxa de radiodifusão, chamada de Billag, uma vez que considerava que havia uma concorrência desleal em relação à mídia privada.

O populista de direita Partido do Povo Suíço (SVP) foi a única legenda a apoiar a iniciativa liderada por filiados jovens do SVP, como também dos jovens liberais (Jungfreisinnigen).

Há apenas quatro meses, a iniciativa tinha o apoio da maioria dos suíços, mas uma intensa campanha governamental e o apoio de dezenas de personalidades e órgãos de comunicação públicos, em nível estatal, regional e local, que usufruem deste modelo de financiamento, levou a que os suíços não apoiassem a eliminação da taxa.

O governo argumentava que a Suíça é um país muito diversificado cultural e linguisticamente, pelo que é necessário haver uma rede de órgão de comunicação social públicos, embora isso tenha um custo elevado, mas que é compensado pelo reforço dos valores democráticos e pelo respeito pela diversificação.

A decisão dos suíços vem em meio à pressão que a mídia pública vem sofrendo em vários países da Europa, como na Polônia e na Hungria, onde governos de direita passaram a controlar a radiofusão estatal para seus interesses. O mesmo teme-se que aconteça na Itália, com a possível vitória dos populistas de direita.

Também na Alemanha e no Reino Unido, países onde a mídia pública é financiada por taxa obrigatória, partidos populistas de direita, como a Alternativa para a Alemanha (AfD) e o Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), defendem a privatização da radiofusão.

De qualquer forma, a discussão em torno da taxa obrigatória de radiofusão já fez com que Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão anunciasse uma redução significativa da Billag a partir de 2019.

CA/afp/dpa/lusa

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