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Tcheco inventa primeira caneta 3D da Europa

Rob Cameron / Clarissa Neher10 de dezembro de 2013

Com a caneta tridimensional é possível desenhar no ar, usando uma espécie de massinha plástica. Tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento.

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Vários desenhos em 3D, incluindo um retrato do repórter Rob Cameron, da DWFoto: Rob Cameron

As impressoras 3D são capazes de imprimir diversos objetos e estão cada vez mais avançadas, mas um setor das cópias tridimensionais segue na infância: as canetas 3D.

Essas canetas escrevem em superfícies ou mesmo no ar, usando plástico derretido em vez de tinta. A tecnologia lembra um pouco as massinhas de moldar para crianças.

"Se você quer diversão, desenhar um modelo por prazer, para isso serve a 3Dsimo", afirma David Paskevic, estudante de eletrônica da República Tcheca que desenvolveu a primeira caneta 3D da Europa. "A imaginação é o limite", diz o jovem cientista.

A 3Dsimo é a terceira caneta desse tipo em todo o mundo. Com o tamanho e o peso de um pequeno secador de cabelos, ela desenha com pedaços finos de plástico, que parecem um espaguete brilhante e colorido.

A caneta derrete o plástico, formando uma espécie de "tinta" que seca ao entrar em contato com o ar. Assim é possível desenhar modelos de plástico em uma superfície plana, mas também no próprio ar.

Vários tipos de plástico

Segundo Paskevic, até o momento existem três canetas 3D. A primeira, chamada de 3Doodler, foi criada em Boston, e a segunda foi desenvolvida na China.

"O grande avanço da nossa caneta é que ela escreve no ar com bioplásticos, como ácido poliláctico (PLA), e também com termoplásticos, como acrilonitrila butadieno estireno (ABS), além de poder ser abastecida com qualquer outro material plástico", afirma o pesquisador.

3D-Kugelschreiber von David Paskevic
David Paskevic faz uma demonstração com a canetaFoto: Rob Cameron

Paskevic conta que as demais canetas em desenvolvimento trabalham somente com plásticos ABS porque funcionam em temperatura e velocidade fixas. Mas, na 3Dsimo, a temperatura pode ser ajustada entre 0 e 260 graus Celsius, e, por isso, a caneta pode ser abastecida com materiais plásticos que tenham pontos de fusão diferente.

As canetas ainda não estão disponíveis em larga escala no mercado, mas já é possível comprá-las pela internet. A americana 3Doodler, por exemplo, está sendo vendida no site de crowdfunding Kickstarter, enquanto a 3Dsimo pode ser achada no site Indiegogo. Em ambos os casos, o período de espera para receber o produto é de quatro meses.

Criações e patente

Numa sala branca e luminosa da Biblioteca Nacional Tecnológica em Praga, Paskevic mostra uma série de miniaturas produzidas por ele – óculos, uma pequena árvore, um dinossauro, a Torre Eiffel, um avião. Todas foram desenhadas a mão, afirma o pesquisador.

Apesar da inovação, a 3Dsimo ainda não foi patenteada, pois para conseguir a patente de design industrial é necessário paralisar toda a pesquisa e atividades de promoção por sete meses, enquanto corre o processo de registro.

Segundo Paskevic, a paralisação das atividades poderia ser fatal devido à rapidez do mundo da impressão em 3D. "Cada mês de espera pode custar uma ideia. Se nós tivermos de esperar sete meses, pode aparecer outro produto bem parecido com o nosso e seria impossível comercializar nossa ideia", afirma.

A tecnologia ainda está no início, e mais canetas devem surgir no futuro. No momento, elas parecem mais com brinquedos. Mas, quando a tecnologia estiver mais avançada, poderão, quem sabe, ser utilizadas também por designers, arquitetos e outros profissionais.