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Tecnologias inusitadas e divertidas atraem curiosos na CeBIT

9 de março de 2012

Robôs que fazem o serviço doméstico ou que pintam retratos e um sistema que integra chips em bolas e chuteiras são algumas das atrações da área de pesquisa e desenvolvimento da feira.

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Foto: DW/Alexandre Schossler

Feira voltada em primeiro lugar para os negócios, a CeBIT reserva espaço também para algumas tecnologias inusitadas, curiosas ou simplesmente divertidas, que chamam a atenção dos milhares de visitantes que circulam pelo local.

Essas novidades estão concentradas no pavilhão 26, chamado de CeBIT Lab e dedicado à pesquisa e às novas tecnologias no mundo da informação e da comunicação. É o território das universidades, dos centros de pesquisas e também de empresas que buscam lucros com tecnologias que, além de inovadoras, são também curiosas.

Pintor de retratos

Um dos campeões de popularidade é o robô retratista apresentado pelo Instituto Fraunhofer de Ettlingen, nas proximidades de Karlsruhe, sul da Alemanha. Trata-se de um braço mecânico equipado com um sensor de luz, um computador e uma caneta marcador.

O robô do Instituto Fraunhofer é um pouco lento, mas o resultado final é bem fiel ao original
O robô do Instituto Fraunhofer é um pouco lento, mas o resultado final é bem fiel ao originalFoto: DW/Alexandre Schossler

A pessoa que deseja ser retratada deve permanecer sentada num banco por cerca de meio minuto. Com a ajuda do sensor de luz e de um software especial, o robô memoriza o rosto da pessoa e depois começa a retratá-la num quadro. O retrato é muito fiel, mas demora alguns minutos para ficar pronto.

A pesquisadora Martina Richter explica que o robô apresentado na feira é apenas uma aplicação popular da pesquisa feita pelo instituto e cujo objetivo final não é, obviamente, retratar pessoas, mas medir a reflexão da luz em superfícies.

Segundo Richter, a tecnologia, chamada medição BRDF com robôs, é muito usada para verificar o grau de reflexão de luz de roupas. Ela cita como exemplos opostos as vestimentas militares, nas quais a reflexão deve ser mínima para facilitar a camuflagem, e artigos fosforescentes usados por trabalhadores noturnos, que devem refletir o máximo de luz por questões de segurança.

Robôs para serviços domésticos

Apenas alguns passos adiante o visitante esbarra num estande cheio de robôs com cara de gente. É o espaço do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (IKT, na sigla alemã). É lá que estão os robôs ARMAR, um projeto de pesquisa que já dura dez anos e está na quarta geração de engenhocas.

O Robothespian oferece diversão em museus e centros de pesquisa
O Robothespian oferece diversão em museus e centros de pesquisaFoto: DW/Alexandre Schossler

O porta-voz do IKT, Kosta Schinarakis, diz que o objetivo é criar robôs que pareçam simpáticos às pessoas. "O robô deve se adaptar ao ser humano e não o contrário", justifica.

Os ARMAR são voltados para os serviços domésticos, como passar um pano sobre a mesa, colocar a louça na máquina de lavar e servir um copo de água. Segundo Schinarakis, os robôs podem ser comandados com gestos ou por voz. Além disso, eles aprendem por observação.

Os modelos apresentados no estande são de terceira geração e se locomovem com rodinhas. Os de quarta geração têm pernas, e um pode ser visto imóvel, sentado numa cadeira – o software que dá “vida” ao robô ainda não foi desenvolvido. “Quem sabe na próxima CeBIT ele já esteja caminhando”, diz Schinarakis.

Entretenimento e diversão

Os ARMAR são um projeto caro e ainda não encontraram uma empresa interessada em levá-los ao mercado. Uma opção mais simples e também divertida é apresentada pela empresa britânica Engineered Arts. O Robothespian é uma máquina voltada para o entretenimento, como explica o empresário Steve Bough.

O ARMAR de terceira geração no seu espaço de trabalho: a cozinha
O ARMAR de terceira geração no seu espaço de trabalho: a cozinhaFoto: DW/Alexandre Schossler

Com um rosto simpático, que no modelo mais atual pode ser programado para exibir um rosto humano, o robô tem como principais clientes museus e centros destinados à divulgação da ciência.

"O objetivo é fazer as pessoas sorrir e também tornar os robôs mais acessíveis a elas", diz Bough, que tem entre seus clientes o espaço de visitantes do Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida.

Bolas e chuteiras com chip

Outra tecnologia que atrai olhares é a famosa bola com chip, aquela que permite saber exatamente se foi ou não foi gol. Só que a bola apresentada pelo Instituto Fraunhofer de Erlangen vai um passo além ao colocar chips também nas chuteiras dos jogadores e antenas nas extremidades do gramado.

Um chip dentro da bola e mais dois destinados às chuteiras
Um chip dentro da bola e mais dois destinados às chuteirasFoto: DW/Alexandre Schossler

O objetivo, explica o pesquisador Jan-Oliver Sestak, não é só descobrir a posição exata da bola, mas também a dos jogadores, por exemplo, para saber se foi ou não impedimento.

O sistema com chips e antenas coleta e transmite informações para um computador tablet. Assim o técnico da equipe pode saber em tempo real se um zagueiro estava mal posicionado num lance. O sistema ainda não está sendo usado, mas os pesquisadores estão fazendo os primeiros contatos com os clubes e esperam que em breve a tecnologia possa auxiliar os treinadores da Bundesliga.

Autor: Alexandre Schossler
Revisão: Carlos Albuquerque