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Terrorismo

"Terroristas não alcançaram seu objetivo na Alemanha"

19 de janeiro de 2017

Norbert Lammert elogia reação cautelosa dos alemães ao atentado terrorista em Berlim e afirma que leis de segurança devem ser revistas, mas isso não pode significar menos liberdade.

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Deutschland Bundestag Gedenken an die Opfer des Anschlags am Breitscheidplatz
Norbert Lammert (centro) discursa em homenagem às vítimas de atentado de BerlimFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

Numa cerimônia em homenagem às vítimas do atentado terrorista a um mercado de Natal de Berlim, em dezembro passado, o presidente do Bundestag (Parlamento alemão), Norbert Lammert, disse nesta quinta-feira (19/01) que o país precisa "repensar a sua arquitetura de segurança". Ele salientou, no entanto, que isso não deve ser feito às custas da liberdade.

"O terrorismo busca abalar as sociedades democráticas, paralisá-las, desestabilizá-las. Esses objetivos os terroristas não alcançaram na Alemanha", avaliou Lammert, elogiando a postura cautelosa da população perante o ataque. Segundo o presidente do Parlamento, "os alemães demonstraram que não deixam as ameaças e o medo ditarem as suas vidas".

Em referência às informações de que o tunisiano Anis Amri não foi impedido de executar o atentado apesar de ter apresentado sucessivos indícios de sua periculosidade, o presidente do Parlamento disse que essa situação força os políticos a "repensar a arquitetura de segurança de nosso país". Ele advertiu, porém, para a importância de se preservar as liberdades constitucionais.

"A liberdade precisa da segurança para ser confiável, e a segurança precisa da liberdade para não degenerar em repressão", afirmou Lammert. "Sistemas autoritários comprovadamente não são mais seguros. Eles vendem a ilusão de uma grande proteção através da negação de direitos inalienáveis de liberdade." E acrescentou: "O Estado de Direito não fracassou, ele apenas não esgotou seu meios."

Lammert também ressaltou ainda que o foco não deve estar no combate ao islã, mas ao fanatismo. Refugiados, segundo o parlamentar, devem continuar a receber abrigo na Alemanha, mas "precisam obedecer suas leis e normas incondicionalmente".

Vários representantes do governo estavam presentes na cerimônia, além do presidente alemão, Joachim Gauck, que nesta quarta-feira pronunciou seu último discurso antes de deixar o cargo.

No dia 19 de dezembro, o tunisiano Anis Amri avançou com um caminhão contra um mercado de Natal da capital alemã, deixando 12 mortos e cerca de 50 feridos. Dias depois, ele foi morto num confronto com dois policiais em Milão, na Itália.

IP/ard/ots